53% dos jovens trabalhadores não estão realizados profissionalmente

Estudo da MetLife mostra que os benefícios tradicionais oferecidos pelas empresas não são suficientes para atrair jovens. Fatores como a saúde mental, sociais, éticos, ambientais e de equidade e inclusão são decisivos para atrair e reter a geração Z, que é a que está menos satisfeita profissionalmente.
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A pandemia alterou o mundo do trabalho e a geração Z já não se rege por benefícios tradicionais atribuídos pelas empresas. Os fatores ambientais, éticos, a diversidade, equidade, inclusão, saúde mental e o balanço entre a vida laboral e pessoal são aspetos decisivos para os estes jovens, com idades compreendidas entre os 24 e 29 anos, que revelam não ter um emprego que os realiza.

De acordo com um estudo da seguradora MetLife, a geração Z, nascida entre 1993 e 1998, os "zillennials", exigem uma cultura e ambiente de trabalho que se alinhe com os seus valores pessoais, revela a empresa em comunicado.

Enquanto continuam a lutar contra o burnout e o isolamento social dois anos após o início da pandemia de covid-19, 53% procurou ajuda para a saúde mental no último ano (versus 31% de todos os trabalhadores inquiridos). Este grupo etário refere que as empresas estão a fazer o "mínimo possível" para os ajudar a adaptar-se aos novos contextos de trabalho (41% vs. 36%, respetivamente).

O relatório conclui que esta é a geração que está menos satisfeita profissionalmente sendo que mais de metade (53%) diz que ter um emprego que não os realiza é atualmente uma das maiores causas de stress.

Para estes jovens se sentirem realizados, têm procurado ambientes laborais que vão ao encontro das suas prioridades. Os dados revelam que o grupo está interessado em empresas que têm um propósito positivo (46%, quase metade) e que não estão dispostos a permanecer numa empresa que não tem este propósito claro e, também, positivo (contra 57% de todas as gerações).

As necessidades desta geração pendem para um maior interesse por parte do empregador em questões ambientais e éticas (45%), bem como a diversidade, equidade e inclusão (40%), sendo estes fatores decisivos para os jovens.

Outra das principais considerações é que a empresa aborde o tema da saúde mental dos seus trabalhadores. Desta forma, nos últimos dois anos, altura da pandemia da covid-19, estes fatores aumentaram de importância, em 2020 (13%) e em 2021 (11%).

Um em cada quatro zillennials (27%) diz que considerou mudar de emprego devido à atribuição de um pacote de benefícios melhorado (versus 19% de todos os trabalhadores). Alguns benefícios tradicionais, como os seguros de vida e seguros de hospitalização, continuam a ser consideráveis e importantes para este grupo etário.

A geração Z refere que os principais benefícios que melhorariam o bem-estar em contexto laboral seriam as licenças pagas e não pagas (74%), programas de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal (67%), benefícios de bem-estar mental (62%) e, por fim, apoios às necessidades financeiras (55%).

O vice-presidente da Metlife para o sul da Europa e diretor-geral em Portugal e Espanha, Oscar Herencia, explica que "os jovens estão a estabelecer um novo padrão para avaliar a experiência no trabalho. A análise das expectativas desta geração pode servir como um barómetro para o sucesso das políticas de talento."

"Para melhorar a satisfação e a retenção de talento, os empregadores precisam de atribuir maior importância aos benefícios. O objetivo é oferecer um pacote completo que dê resposta às principais necessidades das novas gerações. Caso contrário, arriscam-se a ficar para trás na guerra pelo talento", acrescenta o diretor-geral para a Península Ibérica.

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