A quinta geração da rede móvel (5G) já está disponível em Portugal e, embora empresas e consumidores ainda estejam numa fase de adaptação à nova tecnologia, a nova rede móvel poderá alavancar a produtividade do tecido empresarial.
"A promessa é que haja ganhos de produtividade na ordem dos 20% a 30% na indústria e ganhos de 25% de produtividade na agricultura", afirmou o administrador da NOS Manuel Ramalho Eanes, no podcast Dot Topics da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).
"E estamos, com estes números, a ver apenas a ponta do iceberg do que será, seguramente, uma enorme transformação da nossa capacidade de entregar", realçou o administrador da NOS.
Segundo Eanes, há já "um conjunto grande de empresas competentes" que já começam a tirar partido do 5G. Será o caso da fábrica de Almeirim da Sumol+Compal, que está já a melhorar a eficiência da produção com um serviço de realidade aumentado, assegurado pelo 5G fornecido pela NOS.
Mas para já a fase é de "adaptação", como notou o gestor. Haverá casos em que já se notam efeitos do 5G, sobretudo nas velocidades das redes, mas efeitos definitivos sobre a tecnologia ainda estão por concretizar. "Acredito que temos de começar já e não esperar por amanhã para ver como é que esta tecnologia pode ajudar a transformar as nossas vidas e os nossos negócios", disse.
Numa entrevista ao Dinheiro Vivo, em novembro de 2021, o professor universitário e diretor do laboratório 5GAIner, Rui Aguiar, explicava que o 5G de hoje "é o 4G com rádio 5G". Só a partir de 2023 é que as transformações que o 5G permite vão começar a ser notadas.
Num outro episódio do podcast da APDC, Henrique Fonseca, administrador da Vodafone Portugal, explicou que a nova rede vem transformar a realidade tecnológica e que, agora, o caminho é acelerar.
"O plano de rollout [lançamento] do 5G é um plano muito agressivo. Em quatro anos, vamos fazer o que demorámos quase dez anos a fazer no 4G. Vamos ter 95% da população coberta até final de 2025. E, quando digo ter acesso ao 5G, estamos a falar de uma velocidade no mínimo de 100 Mbps, ou seja, múltiplos do que temos hoje com o 4G", argumentou Henrique Fonseca.