O primeiro passo a dar na procura de casa é começar por fazer uma análise para ter noção da habitação que é possível comprar. O valor do imóvel depende de inúmeros fatores, sendo que é essencial perceber qual o valor que pode pagar por mês.
Para chegar a esse valor é necessário calcular a taxa de esforço. Num crédito à habitação, esta não pode ser superior a 30%, ou seja, os encargos não devem superar 30% da totalidade dos rendimentos, ou seja, num rendimento de 1000 euros a prestação não pode ultrapassar os 300 euros.
Tendo a taxa de esforço em consideração, devem ser explorados os preços das casas que estão a ser praticados. É visível que os preços no interior e fora do centro são mais baixo do que nas zonas centrais do país. Através de sites de imobiliárias deve ser feito um levantamento da média de preços de casas na zona em que se procura. Com a ajuda da calculadora de prestação de Crédito Habitação, pode simular-se quanto se fica a pagar de prestação tendo em conta o valor médio das casas na zona procurada.
Para facilitar a procura, devem ser tomadas decisões, avaliando as necessidades e preferências: a localidade e zona onde morar, se é necessário ter acesso a transportes e serviços, se procura apartamento ou moradia, se tem preferência por um andar ou se pretende ter varanda/terraço.
Deve ser ponderado se a compra será de um imóvel novo ou usado. O estado do imóvel vai impactar o valor. Pode optar-se por comprar um imóvel usado, mas fazer obras para ter melhores condições ou o imóvel a gosto. Nestes casos deve pedir-se orçamentos para perceber quanto pode custar a renovação. No caso de ser preciso remodelar conte com mais 10% do valor orçamentado. Esta margem faz com que haja uma proteção em caso de aumentos de preços ou imprevistos.
Antes de avançar com a compra da casa, é preciso ter noção dos custos, documentos e impostos a suportar. É necessário ter, pelo menos, 10% do valor total da casa, uma vez que os bancos não financiam 100% da operação.
Além do valor de entrada, ainda é necessário pagar impostos: o Imposto Municipal sobre Transações Onerosas de Imóveis (IMT) e o Imposto de Selo (IS) e comissões bancárias (despesas de processo, comissão de dossier, comissão de avaliação, comissão de formalização, o registo de compra e o registo de hipoteca).
A decisão sobre o tipo de taxa a utilizar no crédito é essencial e deve ser tomada considerando fatores como: a casa a comprar é para viver o resto da vida ou mudar daqui a dois/três anos? O que se privilegia? A estabilidade de uma prestação fixa ou começar a pagar menos e arriscar pagar mais no futuro?
Antes de tomar a decisão final é necessário compreender a diferença entre taxa fixa, variável ou mista.
Taxa variável- A prestação mensal ao banco pode alterar-se ao longo do tempo. Isto porque, se a Euribor, abreviação para Euro Interbank Offered Rate, aumentar ou diminuir, o mesmo acontece ao valor que pagamos ao banco.
Taxa fixa- A prestação mensal do crédito à habitação não se altera até ao final do contrato. Por regra, as taxas fixas costumam ser mais altas do que a taxa Euribor no momento em que contratamos o crédito.
Taxa mista- Consiste numa taxa fixa num momento inicial, durante cinco, 10 ou 15 anos. Depois desse período, passa a contar com uma taxa variável.
Ainda remetendo ao tipo de taxa que fica associado ao empréstimo, é importante perceber que as comissões por reembolso antecipado (seja para terminar o contrato, seja para ir fazendo amortizações esporádicas) são diferentes. No caso da taxa variável é de 0,5% do valor em dívida, já se o contrato for a taxa fixa esta comissão sobe para 2%.
A juntar à prestação mensal do crédito, vão ser adicionadas as prestações de dois seguros: de vida e multirriscos. Estes são dois seguros requeridos pelos bancos num crédito habitação.
Após comprar casa, existem outros custos associados a ter em consideração. Se compra foi num prédio com condomínio, é preciso existir uma preocupação com o pagamento das quotas mensais e/ou outros custos que possam surgir, por exemplo, pintura do prédio, reparação comum, seguro de condomínio, entre outros.
É ainda necessário considerar o Imposto Municipal de Imóveis (IMI), que pode ser dividido em prestações, dependendo do valor. Para saber o valor do IMI a pagar, o Doutor Finanças desenvolveu um simulador de IMI para se perceber com o que contar.