Depois dos construtores de carros, agora é a vez das companhias de aviação apostarem na retoma de modelos velhos para revitalizarem as vendas. A Boeing, que lançou o novo e mais económico 747-8, está a trocar estes aviões pelos antigos 747, tudo para escoar stocks e manter as linhas de produção a funcionar, garante a Bloomberg. . Apesar de ser o maior avião de sempre da Boeing - e de ter um custo de tabela de 260 milhões de euros - o novo 747-8 utiliza as mesmas plataformas e mangas da família 747, o que torna mais fácil a troca e utilização dos novos aviões. . Em Abril, o Dinheiro Vivo viajou no novo Boeing 747-8, que a Lufthansa começou a utilizar na rota Frankfurt-Hong Kong. Com 467 lugares (na configuração da Lufthansa), o novo peso-pesado americano está bastante abaixo do A380 da Airbus (555 lugares). Mas contra o peso, dimensões e exigências logísticas do A380 (há pistas onde não pode aterrar), o novo 747-8 tem uma vantagem, garante Bruce Dickinson, engenheiro-chefe do programa 747: "Temos autorização para voar com este avião para 101 aeroportos, enquanto a Airbus só tem 30." . Nos últimos meses, a agenda da Boeing foi dominada pelos problemas no 787 Dreamliner, mas espera agora ganhar terreno no mercado dos grandes aviões. Aqui, os números não são nada pacíficos. Enquanto a Airbus projeta que serão necessários 1330 aviões de grandes dimensões (Very Large Planes) nos próximos 20 anos - o que justifica o investimento no A380 - , a Boeing reduz este número para 790 e tem trabalhado em aviões intermédios. "Para cada aumento de 15% no número de lugares, nós temos um avião diferente", diz Dickinson. Ao contrário da Airbus, que criou um fosso entre o A350 XWB (a TAP encomendou dez) e o gigante A380. . A Lufthansa, por exemplo, usa os dois maiores aviões do mundo nas rotas para a Ásia. "Podemos usar o Boeing 747-8 Intercontinental em destinos como Hong Kong sem precisarmos de levar 550 pessoas", diz Steffen Harbarth. "E usar o A380 em destinos em que há uma procura maciça", como Joanesburgo, Pequim, Singapura e Tóquio", para onde a Lufthansa tem voos diários.