O espaço é a grande fronteira que as grandes potências estão a começar a explorar e que dentro de alguns anos começara certamente a ser habitado e as suas potencialidades aproveitadas em favor da Humanidade. Na Lua existem minerais que podem ser muito úteis em diversas indústrias. A água começa a ser um bem escasso na Terra mas existe em abundância noutros planetas. A baixa gravidade permite fabricar bens que seria muito mais difícil obter na superfície do nosso planeta.
Russos e americanos, com o contributo de europeus, japoneses e canadianos, partilham a Estação Espacial Internacional (EEI), permanentemente habitada. A EEI funciona como um laboratório para a realização de experiências científicas em condições de baixa gravidade.
Mas russos e americanos têm agora um novo parceiro na aventura espacial: a China. Depois de já ter enviado mais de uma dezena de astronautas ao espaço sideral, depois de ter enviado missões não tripuladas à Lua, a China está a construir uma estação espacial que lhe permita uma presença permanente no espaço.
A nova estação, chamada Tiangong ou palácio celestial, está a ser construída. Já três missões espaciais tripuladas a começaram a dar corpo ao projeto. A primeira missão partiu em abril deste ano e a terceira no dia 17 de junho. Em três meses 3 missões espaciais! Impressionante.
Espera-se que em meados do ano que vem a estação espacial chinesa esteja completa depois de 11 missões para colocar as partes em orbita e para as juntar. Uma operação complexa e difícil.
Esta é mais uma demonstração da cada vez mais eficiente tecnologia chinesa. Em seis décadas a China passou de um dos países mais pobres e atrasados do mundo a uma potência capaz de ombrear com os países tecnologicamente mais avançados. A sua população quase quintuplicou e o seu PIB cresceu tremendamente. Em paridade de poder de compra é já a maior economia do mundo.
Em escassas dúzias de anos a China passou de um país ciclicamente assolado pela fome, em que mais de 90% da população vivia na pobreza absoluta, para um país desenvolvido capaz de colocar astronautas no espaço e de construir uma estação espacial. Há que reconhecer o mérito desta caminhada.
Este é, pois, um modelo de desenvolvimento a que é preciso prestar atenção e que, em muitos aspetos, é superior ao modelo ocidental, nomeadamente aquele que tem vindo a ser seguido em Portugal cuja economia se encontra estagnada desde o princípio do século.
Num momento em que Portugal se apresta para receber avultados fundos públicos europeus, é importante estudar o modelo chinês e retirar as lições que, com as devidas adaptações, nos permitam crescer no mundo globalizado e tecnológico em que vivemos.
Portugal é, obviamente, muito diferente da China em termos culturais, em tamanho e em posicionamento geoestratégico, mas aprender com as melhores práticas é sempre útil desde que não seja para as copiar acriticamente.
Recentemente Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, afirmou a sua intenção de lançar um projeto de infraestruturas internacionais, à semelhança da Rota da Seda chinesa. Como se vê até as maiores potências procuram emular o que há de melhor no modelo chinês.