A Europa consome mais carne de cavalo, Portugal nem por isso

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Nada como uma polémica para

alimentar o marketing de um negócio. Apesar das sucessivas notícias

sobre a carne de cavalo

encontrada onde em refeições congeladas de vaca, em França, um dos

primeiros países surgir associado

à polémica, o consumo de carne equina tem aumentado desde que

rebentou o escândalo.

De acordo

com a Associação de Produtores de Carne de Cavalo, a "a procura

aumentou 10 a 15%". Em parte, explicou Eric

Vigoureux ao Wall Street Journal, "o aumento deve-se à redescoberta de uma

carne esquecida". Foi o caso de um cliente que o diário americano

entrevistou num talho especializado. "Não comia esta carne há 20 anos, e a

minha memória de infância diz-me que não é bom. Mas depois desta polémica toda estou

curioso para experimentar novamente", disse Jean-François Servir.

Tal como

defendeu o presidente da Associação de Produtores de Carne de Cavalo, o facto

de serem atraídos pelo buzz gerado pelo assunto, o aumento da procura de carne

de cavalo representa também uma espécie de abandono de um tabu em torno de um

consumo considerado tabu, visto que na grande maioria dos países europeus

o cavalo é visto como um animal doméstico, cuja

carne não se destina ao consumo.

Em Portugal, Jacinto Belo, presidente da

Associação Nacional de Comerciantes de Carne, refere que "por ser mais

barata", esta carne é mais consumida em tempos de crise. Em Portugal, o

consumo aumentou "há cerca de um ano", mas tem vindo a diminuir desde

que se instalaram as polémicas mais recentes que abalaram toda a Europa.

Contudo, apesar de ter aumentado

esporadicamente por causa da crise, o consumo desta carne vinha conhecendo uma

diminuição progressiva. De acordo com Jacinto Belo, o número de talhos a vender

este tipo de carne chegou a ser 40, mas hoje são apenas 5 e concentrados em

Lisboa, mais precisamente nos mercados de Benfica e Amadora.

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