A gama Mégane é a que mais vende, mas o modelo mais popular é um BMW

Publicado a

Só há um modelo premium entre os 10 carros mais vendidos em

Portugal em 2012, um ranking liderado pelo Renault Mégane. É o BMW

Série 1, na sétima posição do top ten. Mas é precisamente uma

das suas versões, o 116d Efficient Dynamics, o carro mais vendido

entre nós, com 1629 unidades. Em média, custa cerca de 30 mil

euros.

As tabelas finais de vendas da Associação Automóvel de Portugal

(ACAP) mostram que os modelos das categorias mais baratas continuam a

ser os mais vendidos em Portugal que, depois de ter alguns anos

alinhado com a média europeia e registado o Segmento C como o mais

vendido (médio-inferior, como o Opel Astra e o Renault Mégane, por

exemplo) voltou este ano a descer um degrau na escala e a ter o

Segmento B (Inferior, como o Opel Corsa e o Renault Clio, por

exemplo) como o preferido dos compradores.

Mas as estatísticas por vezes enganam: é que a categoria premium

está a ganhar quota de mercado. Não se trata, por isso, de uma

adaptação do mercado à crise, mas sim de uma consequência da

crise no mercado. Ou seja, quase só compra carro novo quem tem mais

dinheiro e as empresas. A grande quebra de vendas regista-se entre os

restantes compradores, especialmente nos particulares, uma tendência

que já vem de há alguns anos e que se agrava agora também com a

falta de confiança económica.

"A verdade é que o mercado das frotas tem cada vez mais peso

por clara diminuição do mercado dos particulares", diz Ricardo

Oliveira da Renault Portugal.

E argumenta: "O Mégane, e nomeadamente o Mégane Sport

Tourer, têm uma longa tradição de "presença" no mercado

de frotas e isso explica o facto de se manter como o carro mais

vendido. O aumento do segmento B explica-se pelo downsizing do nível

das frotas. Existe uma transferência das frotas para os segmentos

inferiores do mercado que explica que o segmento B tenha voltado a

ser o de maior volume em Portugal".

A análise dos dados pormenorizados da ACAP revela, por outro

lado, que os carros diesel continuam a ter um peso superior aos

movidos a gasolina nas categorias mais elevadas, nomeadamente a

partir do segmento médio-inferior, em que domina com 91,68% do total

de vendas. Mesmo no segmento inferior, a quota de carros a gasóleo

subiu três pontos percentuais e está quase ao nível dos a

gasolina. Nas categorias média-superior e superior a penetração

dos motores a gasóleo é ainda superior: 95,77% e 96,26%,

respetivamente.

Se os diesel continuam a crescer e mantêm o domínio de mais de

metade do mercado de ligeiros de passageiros, já os elétricos

tiveram uma queda acentuada em 2012, mostrando que se trata de uma

aposta ainda a dar os primeiros passos. As vendas passaram de 203

unidades em 2011 para 65 em 2012, o que representa uma quebra de 68%.

Neste contexto, a ACAP prevê que 2013 traga ainda uma queda de

9,7% nas vendas de ligeiros de passageiros, com as vendas a não

chegarem às 90 mil unidades. Recorde-se que 2012 foi o pior dos

últimos 27 anos e a única forma que a associação vê de recuperar

as vendas é fazer regressar, como aconteceu em Espanha, os

incentivos ao abate de carros em fim de vida. Mesmo assim, essa

medida não será suficiente para salvar os PME que vendem carros

novos. Segundo a ACAP terão fechado portas 2700 em 2012 e muitas

mais lhes seguirão o caminho se não receberem apoios. Por isso,

pediu uma linha de crédito específica para o sector automóvel de

200 milhões de euros.

As gamas que mais vendem

Modelo Unidades Quota de mercado (%)

Renault Mégane 4868 5,11

Renault Clio 4293 4,5

Volkswagen Polo 3692 3,87

Peugeot 208 3410 3,58

Volkswagen Golf 3050 3,2

Opel Corsa 2506 2,63

BMW Série 1 2406 2,52

Opel Astra 2192 2,3

Fiat Punto 2141 2,25

Nissan Qashqai 2078 2,18

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt