Independentemente da religião, crença, raça ou origem, poucos serão os que em Portugal ficam indiferentes à magnitude da corrente, da energia e do fortíssimo entusiasmo que a "Juventude do Papa" está hoje a viver.
Nos últimos tempos o mundo mudou de forma tão veloz que conseguiu fazer desaparecer o elo de ligação entre jovens e graúdos. Assiste-se hoje a um curioso e inegável fosso entre gerações, como se os jovens não fossem envelhecer e os velhos nunca tivessem sido jovens.
Acontece, porém, que as continuas mudanças do paradigma mundial continuam a ser implacáveis relativamente à sua velocidade. Estamos a falar de um excesso de velocidade que é constante. E se assim é, vamos tomar nota e seguir o exemplo da Sua Santidade, que, apesar da idade, consegue de uma forma tão natural uma forte ligação e conexão com os jovens.
Os jovens são a força do amanhã, um amanhã que é já hoje. E não tenhamos dúvidas de que dar-lhes voz e responsabilidade é apenas uma questão de antecipação, de planeamento e de estarmos na linha da frente no que respeita à construção de uma estratégia.
Dar oportunidade aos jovens é dar oportunidade ao futuro. E também na comunidade económica da CPLP importa apostar nos jovens e promover a criação de pontes entre gerações. Somente aliando o saber de quem já tem muita experiência ao talento e a novas formas de olhar o mundo empresarial é possível fomentar o desenvolvimento de negócios nos países da CPLP e contribuir para o crescimento socioeconómico da comunidade.
Nos países da CPLP, a média de idades da população é de 22 anos. É por isso determinante investir na capacitação e inclusão destes jovens, criando oportunidades para fortalecerem as suas capacidades empreendedoras. São eles o motor do desenvolvimento do tecido empresarial de cada um dos nove países da comunidade da língua portuguesa. E um importante contributo para que a CPLP se estabeleça enquanto bloco económico forte e seguro, incrementando o seu desempenho no cumprimento dos objetivos comuns.
Atualmente são muitas as situações em que os interesses pessoais se sobrepõem aos do coletivo. Em que as fake news, a perceção e a leviandade das redes sociais passaram a ser prioridade. Em que se assobia para o ar ao invés de se se comprometer com uma decisão
Eis que, neste contexto, assistimos a um despertar dos jovens, que nos mostra de uma forma muito clara que quando queremos tudo é possível.
E é possível com união, com inclusão, com harmonia, com verdade, com respeito e com entrega. Porque independentemente da religião, crença, raça ou origem, poderemos, jovens e graúdos, trabalhar em conjunto e abraçar o desafio do Papa Francisco de "deixar de ser empreendedores de medos para passar a ser administradores de sonhos".
Presidente da Confederação Empresarial da CPLP