“A missão da Rolear é acompanhar o futuro respeitando o ambiente”

SafeAir é um dos projetos inovadores que a empresa de climatização tem em mãos, junto com a Universidade do Algarve e com financiamento de fundos Europeus.
António Parreira Afonso (à esq.), CEO da Rolear, e Eusébio Conceição (à dta.), da Universidade do Algarve, preparam-se para aplicar o SafeAir em salas reais.
António Parreira Afonso (à esq.), CEO da Rolear, e Eusébio Conceição (à dta.), da Universidade do Algarve, preparam-se para aplicar o SafeAir em salas reais.D.R. / Rolear
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Desde o início empenhado em marcar a diferença pela inovação, António Parreira Afonso, fundador e CEO do Grupo Rolear orgulha-se de se ter sempre interessado pela automação, investigação e novos processos, procurando trazê-los para as suas empresas e pô-los ao serviço dos seus clientes. Assim nasceu a sua já longa parceria com a Universidade do Algarve - “logo nos seus primeiros tempos” - e com o respetivo Cintal - Centro de Investigação Tecnológica do Algarve, que a Rolear ajudou a lançar, sempre com o apoio de fundos Europeus. Também apoiados por estes, houve já vários projetos avançados  pela própria Rolear, sendo atualmente o mais emblemático o SafeAir, um sistema de ar condicionado que garante a qualidade do ar que respiramos no interior dos edifícios e está pronto a testar em ambiente real.

Há cerca de 45 anos, quando fundou a Rolear, em Faro - inicialmente uma loja de materiais elétricos, depois maquinaria e infraestruturas -, a missão que António Parreira Afonso impôs a si próprio e à sua empresa foi levar a eletrificação até a um Algarve subdesenvolvido, embora já com algum pendor turístico. “Resolvi fazer a Rolear, porque isto [o Algarve], em 1979, em termos de desenvolvimento interno tinha muito pouco: ainda não havia, por exemplo, eletrificação rural, não havia luz na maior parte dos sítios”, conta, acrescentando: “Imagine a agricultura. As pessoas tinham o seu trator para lavrar e à noite ligavam-no a uma bomba para tirar água, que ia para um depósito, depois dali regavam.”

Engenheiro nas especialidades da Eletromecânica e Eletrotecnia - a que juntou bem mais tarde um Curso de Marketing, já feito na Universidade do Algarve, porque diz, “é preciso saber comunicar” -, antes de fundar a Rolear, Parreira Afonso acumulou vasta experiência em grandes empresas como a Setenave, a Companhia Previdente, do Grupo Espírito Santo, ou a inglesa Metal Box, rumando depois à sua região natal, para a Conserveira Nacional, em Olhão.

“Nessa fábrica, e já nas outras anteriores, sempre me dediquei um pouco à automação, a simplificar processos de trabalho e, portanto, sempre tive interesse pela inovação.” Um interesse que o fundador incutiu na empresa que criou.

Volvidos 45 anos a Rolear é um grupo empresarial internacional que atua em vários setores, mas que se distingue pela sua atuação na área dos sistemas de climatização inteligente. Com uma dezena de lojas por todo o país e várias empresas que vão da construção civil, infraestruturas, os fornecimento de gás, equipamentos e serviços de manutenção, passando por instalações técnicas especiais e até formação e pelo setor imobiliário - Rolegás, Rolear Mais, Rolear.On, etc.. E tudo isto com o que de mais atualizado existe nas áreas da automação, digitalização e sustentabilidade, nomeadamente no que às energias renováveis diz respeito.

Na área do imobiliário, os edifícios Rolear e as instituições que contratam os seus serviços contam com o que de mais sofisticado existe em termos de gestão de climatização, aproveitamento águas e autoconsumos de energia, tudo a pensar na sustentabilidade.
No seus serviços e projetos, a Rolear atingiu um estado de avanço tecnológico que nos últimos anos contou, em parte com os apoios europeus. Ao todo, o financiamento global de que a Rolear já beneficiou de fundos do programa CRESC Algarve 2020 já somou 244 mil euros. Parte dos quais financiaram a primeira fase do projeto SafeAir.

A ideia surgiu na altura da covid, mas depois continuou a ser desenvolvido, explicou Eusébio Conceição, professor no Departamento de Ciências do Mar, da Terra e do Ambiente, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve, responsável pelo projeto. “Trata-se de um sistema de jatos confluentes, que provocam um escoamento descendente na parede e vão incidir no chão e vão espalhar-se pelo chão. Como a extração está colocada em cima, vai provocar um escoamento ascendente e, aí, vai climatizar as pessoas e remover inclusivamente os contaminantes da zona que cada pessoa liberta não permitindo que outras pessoas possam inalar o escoamento. É esta a grande inovação.”

Toda a primeira fase de testes em laboratório foi já concluída, pelo que o SafeAir está pronta a entrar na segunda fase: testes em salas reais, com pessoas em ambiente de trabalho. E também para esta pretende contar com o apoio dos fundos europeus, estando a Rolear atenta às candidaturas ao  PR Algarve2030.

É nesta procura de excelência que a Rolear quer continuar a distinguir-se. Por isso, quando o Dinheiro Vivo pede ao CEO um mote que defina a sua meta, Parreira Afonso dispara de imediato: “A missão da Rolear é acompanhar o futuro, no bom sentido, respeitando o ambiente e a natureza.”

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