A mudança para uma normalidade diferente

Inês Condeço e André Bettencourt, respetivamente diretores de marketing da Fnac e da Bridgestone, debatem o que mudou com o confinamento.
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As vendas online mantiveram as coisas a funcionar, mas as empresas viram-se obrigadas a enfrentar novos dilemas e desafios devido aos meses de confinamento. Marcas diferentes mas com desafios em comum, Fnac e Bridgestone viram as suas lojas fechar e a produção diminuir.

Para Inês Condeço, diretora de Marketing da Fnac, houve sempre esperança de que a pandemia não chegasse a Portugal. Quando se aperceberam que era inevitável, “uma das primeiras decisões que tomámos ainda no final de fevereiro foi cancelar a agenda cultural de março e os fóruns ficaram fechados”, conta.

Com a procura dos produtos online, a Fnac conseguiu ajustar-se e reforçou os stocks nas áreas mais procuradas, como foi o caso da informática e da tecnologia, salientando o teletrabalho e a telescola.

“Houve dias em que quadruplicámos a operação. Isso significa que os nossos recursos humanos em armazém não eram suficientes”, salientou a diretora de Marketing, que considera essencial ter reforçado a equipa e a operação logística para manter o nível de serviço.

Durante este período houve tempo para muita coisa, mas viajar não foi uma delas. Como tal, a Bridgestone viu as necessidades de compra de pneus reduzida por todo o mundo e algumas fábricas foram obrigadas a abrandar a produção. “Houve situações de encerramento parcial, quase total, mas claramente a produção teve de baixar, não havia escoamento da mercadoria”, revela André Bettencourt. Apesar de a procura ter caído, a Bridgestone manteve a cadeia de abastecimento para os setores essenciais do país: forças de segurança, bombeiros, INEM.

Comunicação de paixões

“Os pneus são os sapatos do automóvel. Durante este período (confinamento) a preocupação foi que se lembrassem dos pneus”, conta André Bettencourt, salientando ainda que o principal objetivo da marca foi passar uma mensagem mais concreta de sensibilização e disponibilização da mercadoria.

Para a Fnac, a comunicação tinha um objetivo: convidar os clientes a regressarem às suas paixões. “Para muitos portugueses, a Fnac é o seu momento cultural do dia”, revelou Inês Condeço.

“Um dos outros eixos relevantes, e em que estamos a trabalhar, tem que ver com esta humanização e com a inspiração no digital. Precisamos de trabalhar para trazer a experiência de loja, dentro do possível, para o digital”, destaca Inês Condeço.

Já para a Bridgestone a comunicação foi feita noutros moldes, uma vez que o foco estava direcionado apenas num sentido - a operação no terreno. “Para nós, o mais importante foi assegurar que continuássemos a operar como uma empresa.”

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