O Hub Criativo do Beato vai ter uma montra de produtos portugueses a partir de junho do próximo ano. O projeto A Praça vai mostrar sabores nacionais biológicos de produtores locais de todo o país num espaço de 1700 metros quadrados da antiga manutenção militar, que está a transformar-se no novo epicentro tecnológico de Lisboa..Graças a um investimento de 3 milhões de euros será possível criar 100 empregos diretos. Até lá, já é possível comprar 700 produtos através da internet..Cláudia Almeida e Silva, com 15 anos de experiência na distribuição e retalho não alimentar, lidera esta startup. "Vamos apresentar o maior mercado de produtos portugueses produzidos de forma sustentável, orgânica e tradicional. E tudo da época, como a fruta sem açúcar", explica..A Praça irá funcionar entre as 7.30 e a uma da manhã e vai explorar dois edifícios neste hub criativo - a antiga oficina e o refeitório. Lá dentro, haverá um espaço para refeições com cozinha aberta; um talho de carnes autóctones (naturais do território); uma peixaria com grelha; um mercado de produtos frescos; queijaria e charcutaria artesanal; uma adega; uma mercearia a granel; e ainda um espaço vegetariano..Também vai haver um fórum e um palco que tanto poderá servir para a divulgação dos produtores como para provas de degustação e até concertos. A Praça também vai vender o pão que se fazia na antiga manutenção militar..Graças a uma parceria com a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, vários jovens vão poder integrar a cozinha deste projeto. Duas startups da Startup Lisboa vão poder mostrar os seus produtos durante três meses.."Queremos humanizar a relação com os produtores, que se perdeu muito nos últimos anos. Hoje em dia foca-se muito no preço, na compra e venda do produto. Queremos inovar o retalho alimentar com o mundo da restauração e que a pessoa possa provar livremente os produtos e mostrar quem está por trás deles.".O projeto A Praça nasceu em 2018, quando a Startup Lisboa (gestora do Hub Criativo do Beato) procurava novos conceitos de restauração. Ganhou a proposta de Cláudia Almeida e Silva..Iniciou-se então uma volta ao Portugal dos sabores, com a ajuda, por exemplo, dos especialistas em azeite Edgar Pacheco e José Gouveia.."Percorremos o país à procura de produtos. É um processo de pesquisa que nunca irá terminar. Isto passa muito por provar. Temos de dar a conhecer o melhor que se faz no nosso país.".Atualmente com dez pessoas, a equipa desta startup tem sido posta à prova desde agosto, ao preparar a comida servida na Casa do Capitão, que vai funcionar no Hub Criativo do Beato até ao final de outubro..Até A Praça abrir fisicamente, já é possível comprar online 700 artigos, de 140 produtores. As entregas regulares são feitas de um dia para o outro nos concelhos de Lisboa, Sintra, Cascais e Setúbal; há ainda um serviço expresso, com os alimentos entregues em três horas nas 24 freguesias da capital..A abertura da loja virtual tem sido crucial para muitos destes pequenos produtores, que estavam habituados a vender para a hotelaria e para restaurantes, que muito têm sofrido com a pandemia..Cláudia Almeida e Silva está "superconfiante" no sucesso de A Praça e até já admite começar a entregar no estrangeiro alguns dos produtos disponíveis na internet. "Sabemos que o consumidor que vai sair da pandemia será diferente. Mas há valores de sustentabilidade que não deixarão de existir. Vamos surpreender", promete a fazedora.