A aposta do maior hedge fund do mundo na descida das bolsas europeias é cada vez maior. A Bridgewater tem aumentado a parada e leva já um valor de quase 18 mil milhões de euros para lucrar com eventuais descidas de algumas das maiores cotadas do Velho Continente, como a Siemens, Total ou o banco italiano Intesa Sanpaolo.
Esta gestora de hedge funds, que tem apostas mais especulativas, tem um poder de fogo de 120 mil milhões de dólares. Em ações americanas não é possível aferir qual o valor da aposta na queda, já que o regulador dos EUA, contrariamente aos europeus, não obriga à divulgação dessas posições.
O fundador e responsável de investimento da Bridgewater explicou a tática para apostar na subida e também nas descidas dos mercados. Ray Dalio defendeu numa publicação no LinkedIn que “não é invulgar ver desempenhos forte das economias serem acompanhados de descida nos preços das ações e de outros ativos, o que é curioso para a maior parte das pessoas que se questionam a razão pela qual as ações descem quando a economia está forte e não percebem como esta dinâmica funciona”.
Considera que é um “clássico comprar ações quando a economia está muito fraca e as taxas de juro estão a descer (e vender quando acontece o inverso)”. Nesta fase, tanto a economia dos EUA como a da Europa dão sinais de força que estão a permitir à Reserva Federal dos EUA e, em menor medida, ao Banco Central Europeu começarem a ter uma abordagem de política monetária mais restritiva. Nos EUA os juros já começaram a subir e na zona euro espera-se que isso venha a acontecer a partir de 2019.
Os receios de que o bom andamento da economia leve a subidas de salários e da inflação, provocando uma reação mais agressiva dos bancos centrais, tem assustado os mercados nas últimas semanas. O índice da Bloomberg que mede o ritmo das bolsas mundiais perde quase 4% desde o início do mês.