A evolução tecnológica tem andado de mãos dadas com a própria evolução do ser humano, sendo que este último a tem utilizado sobretudo para atingir objetivos específicos. Aliás, a tecnologia apenas será útil enquanto facilitador de algo, tendo ajudado a humanidade a evoluir..No momento em que nos encontramos, é muito importante não nos esquecermos de que as pessoas devem continuar a estar no centro, bem como os valores que nos tornam humanos. Nunca foi tão importante como agora intensificar o nosso respeito pela natureza, pela nossa humanidade, e pelos outros num contexto global económico, político e até mesmo social dominado por desequilíbrios, conflitos e desigualdades..Ora, neste mar de desentendimentos e adversidade, estou em crer que a tecnologia se apresenta como uma estrutura que serve para:.. Ajudar as organizações e os cidadãos a fazer do mundo um lugar melhor... Facilitar e melhorar as relações interpessoais... Favorecer o negócio, a investigação, a partilha e a aprendizagem com base no lado humano das coisas..Devemos ter consciência de que as empresas, têm na sua base pessoas, que as constituem, que as transformam, que as fazem evoluir, e nesse sentido é fundamental tratá-las como tal..Atualmente, e contrariamente ao que se pensou durante anos, a vida profissional interfere e cruza-se com a nossa vida pessoal, como é natural. As novas tecnologias vieram facilitar a transformação dos modelos de negócio e de trabalho. A flexibilidade é uma exigência, bem como a conciliação de diferentes papéis, o de colaboradores de uma empresa, o de pais, amigos, consumidores, entre outros..As pessoas, como gosto de dizer, clientes, parceiros de negócio, fornecedores ou colaboradores, são hoje, muito mais exigentes, questionando tudo muito mais do que noutros tempos, sendo que a sua relação com as marcas é fortemente influenciada pelos valores que partilham com elas. É importante percebermos que estamos num tempo em que se quisermos ser atrativos para clientes ou talentos, temos de ser transparentes no que aos nossos valores diz respeito..Hoje, a palavra de ordem é adaptação contínua. A mudança e a evolução sempre existiram e as empresas sempre tiveram de se adaptar. A diferença é que tudo acontece, agora, mais depressa. É difícil conseguir um equilíbrio entre inovar, gerir e manter um negócio. Mas essa dificuldade não pode ser uma razão para não o fazer..No meio desta necessidade de adaptação entra uma das grandes questões dos nossos dias - a falta de talento, que é uma das principais dificuldades no processo de transformação digital das empresas. É mesmo neste ponto que aparece a necessidade de ter parceiros sólidos no ramo da tecnologia..Por outro lado, e especialmente no caso de algumas empresas, tem sido um grande desafio definir uma estratégia clara e um roadmap para a sua transformação digital, dar prioridade ao que fazer e ter os recursos necessários para o fazer..No horizonte, vislumbramos o que poderia ser a inteligência não-humana. Estão a ser feitos grandes progressos no desenvolvimento de tecnologias de Inteligência Artificial e de Machine Learning, com aplicações que têm um grande impacto nas pessoas, em áreas como a saúde, a educação ou a produção agrícola, entre outras..A este ponto, a grande questão é se seremos capazes de coexistir com novas formas de inteligência sem renunciar à nossa própria, e para mim a resposta é clara..Mas, penso que a resposta não tardará. Veremos, em breve!.Nuno Feliciano, do departamento de Desenvolvimento de Mercado da Seidor