As conclusões foram publicadas na nova edição Índice global da paz do Institute for Economics & Peace, ONG que estuda os fatores culturais, económicos e políticos responsáveis pela criação de paz, bem como as suas causas e o seu valor económico. O estudo classifica os países do Mundo de acordo com o seu nível de paz, sendo o ranking composto por 23 indicadores qualitativos e quantitativos, distribuídos por três temáticas: o nível de segurança na sociedade, a extensão dos conflitos domésticos e internacionais e o grau de militarização.
E as conclusões para 2015 são de que a média de paz mundial manteve-se estável quando comparada com o ano anterior, embora tenha sido registado uma perfomance pior que a de 2008. Entre nove regiões mundiais, quatro melhoraram e cinco tornaram-se menos pacíficas.
A nível global, o estudo salienta várias melhorias, tais como a queda na taxa de homicídios, menos conflitos externos, instabilidade política e crimes violentos. Por outro lado, diminuiu o apoio financeiro às forças de manutenção de paz da ONU, agentes de segurança e policiamento, e aumentou o impacto do terrorismo e número de mortes devido a conflitos internos. A crise dos refugiados na Europa também contribuiu para aumentar a instabilidade.
O fator que evoluiu de forma mais positiva entre 2008 e 2015 foi o número de mortos devido a conflitos internacionais, que desceu três quartos, de 1982 para 410 mortes. Pelo lado oposto, o número de mortos devido a terrorismo mais que duplicou, de 8450 em 2008 para 17.958 em 2015. Aumentaram também os números de refugiados, mortes devido a guerras civis e protestos violentos, tornando o planeta ligeiramente menos pacífico desde o início do estudo.
Os custos de toda a violência que existe no mundo são gigantescos, não só no que toca às vidas perdidas, mas também no impacto que guerras e terrorismo têm nas economias, originando perdas enormes, que acabam por se refletir em deterioração da qualidade de vida das pessoas. Conter toda esta violência custa ainda mais dinheiro, direta e indiretamente.
Os exemplos de custos diretos incluem tribunais, prisões e custos associados à manutenção de forças policiais e de segurança. A verba dedicada pelos estados na criação e manutenção de forças militares é, de longe, o resultado mais direto dos custos associados à violência e sua respetiva contenção. A destruição de propriedade pública e privada devido a atos terroristas também tem impacto.
Já em relação aos custos indiretos, estes passam pela perda de produtividade e quebras no consumo associadas ao medo da violência e do crime na generalidade. Embora sejam padrões complexos de medir, todas as estimativas apontam para os fatores mencionados.
A falta de paz tem um impacto tão grande na economia mundial, que uma simples redução de 10% poderia ter um impacto gigantesco na vida das pessoas.
Ao perder menos dinheiro com a violência, ou simplesmente gastar menos a contê-la, o montante de fundos que poderia ser reinvestido em áreas mais produtivas como o desenvolvimento de negócios, saúde, educação e infraestruturas resultaria num mundo muito melhor para se viver.
Portugal surge no ranking numa das posições de topo, como um dos países mais pacíficos do planeta. Pelo menos, no que toca à paz, somos um bom exemplo para o resto do mundo.