A empresa portuguesa de mobiliário e colchoaria Advance Furniture Technologies (AFT) adquiriu a antiga fábrica da Molaflex em São João da Madeira, num investimento de 10 milhões de euros que permitirá criar 200 empregos, revelou esta segunda-feira a autarquia.
As instalações em causa têm 22.000 metros quadrados e estavam desocupadas desde meados de 2019, quando a Molaflex, detida pelo Grupo Flex, se deslocalizou para Santa Maria da Feira, também no distrito de Aveiro.
Agora, a AFT vai utilizar essa unidade fabril para produzir colchões, sofás e camas que, segundo o presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira, serão comercializados em oito países da Europa, mais concretamente nas 36 lojas da cadeia Sleep.8 - explorada pelo grupo sueco Hilding Anders, que é o principal cliente da AFT.
"É uma excelente notícia para São João da Madeira, em termos de criação de emprego e de criação de riqueza", declarou Jorge Vultos Sequeira à Lusa, realçando que, além dos iniciais 10 milhões de euros e 200 empregos, a AFT já anunciou a intenção de, "futuramente, reforçar a sua aposta no concelho".
O diretor-geral da firma, Laurentiu Balan, reconhece que há estratégia pensada a longo prazo: "Vemos o nosso negócio a ficar aqui por muito tempo. Temos grandes planos para aumentar o volume de produção na cadeia de retalho Sleep.8 e para construir parcerias de sucesso nos canais B2B [de abastecimento entre empresas]".
Entre os motivos que contribuíram para a fixação da AFT num território já com tradição na indústria da colchoaria, Jorge Vultos Sequeira refere "a proximidade de São João da Madeira ao porto de Leixões e aos fornecedores das matérias-primas" indispensáveis à produção, como é o caso das molas, das espumas e dos têxteis.
Desde a sua fundação em abril deste ano, a AFT limitava-se a comercializar uma carteira de produtos cujo fabrico estava confiado a terceiros, mas, com a presente mudança de instalações, "vai passar a ter produção própria".
O processo de recrutamento já está em curso, pelo que tudo aponta para o arranque da laboração "no último trimestre de 2022".
Quanto à cultura empresarial da AFT, Laurentiu Balan acredita que o sucesso da firma depende da "energia coletiva" da respetiva equipa.