Aeroporto para drones? Sim, nas cidades do futuro

Em que tipo de cidade viveremos daqui a 10, 20 ou 50 anos?
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Responder a esta pergunta pode ser difícil mas, com certeza que viveremos com estruturas e conceitos que ainda não existem: aeroportos para drones; quilómetros de tubos que podem vir a substituir os comboios com a chegada do HyperLoop, uma nova forma de transporte para passageiros; vegetais que irão crescer no 18º piso de quintas verticais; parques de atrações que parecem um universo infinito. São só um vislumbre do futuro que nos espera nas grandes cidades, avança o El País.

Aeroportos de Drones

Num futuro próximo os aeroportos para estas aeronaves sem tripulantes vão ser uma realidade. Em África já está a ser construída uma destas estruturas.

"Uma das principais causas da falta de sangue e outros fármacos em África é a pobreza das infraestruturas do país", afirma a Foster and Partners para explicar a importância do Droneport, um aeroporto de drones que se começou a construir no Ruanda e que se espera que venha a estar operativo já em 2020.

A instalação da estrutura, concebida como uma série de abóbadas, está a ser feita com materiais bastante acessíveis como a argila. Segundo afirma Normn Foster, o arquiteto que lidera a empresa britânica, os Droneports também serão centros dedicados ao fabrico de drones, garantindo assim oportunidades de emprego para a população local.

O objetivo é criar uma rede destas instalações para melhorar a distribuição de fármacos e de sangue nas zonas de difícil acesso graças a aviões não tripulados. Com asas de três metros, estes drones serão capazes de suportar cargas até 10 quilos, no modelo RedLine e até 100 quilos no modelo BlueLine que ainda está sob análise.

Estações e tubos de Hyperloop

Hoje em dia muitos consideram o Hyperloop como o transporte do futuro.

Dirk Ahlborn fundou a Hyperloop Transportation Technologies (HTT) em 2013 e está a andar com o projeto para a frente em parceria com a Carbures, uma empresa espanhola de tecnologia e engenharia que terá como função construir as cápsulas de transporte com 30 metros de comprimento, 2,7 metros de diâmetro e 20 toneladas. Estas cápsulas serão capazes de alojar entre 28 a 40 passageiros, levitarão sobre um campo magnético e poderão superar os 1200 quilómetros por hora.

Segundo Ahlborn, este meio de transporte será mais económico que qualquer outro, imune às condições meteorológicas e só irá consumir energias renováveis. Se continuar assim, as estações para viajar nestas cápsulas e o finos tubos por onde se irão mover podem vir a tornar-se parte do nosso dia-a-dia.

A Hyperloop One, concorrente da HTT, quer adiantar-se e realizar a primeira conexão entre duas cidades através deste veículo "ultrarrápido". O seu primeiro projeto: 12 minutos entre o Dubai e Abu Dabi (Emirados Árabes Unidos). Um trajeto de 140 quilómetros que de carro demora mais de uma hora e meia a completar.

De momento o projeto ainda se encontra numa fase inicial e desconhece-se ainda o início da sua construção. Ao mesmo tempo a empresa continua a realizar testes no deserto do Nevada, nos Estados Unidos.

Quintas verticais

As quintas verticais, isto é, edifícios que funcionam como estufas para cultivo de alimentos, têm como objetivo reduzir o transporte a partir destas superfícies semeadas e a necessidade de energia e água.

A empresa, Aerofarms, já tem algumas destas fazendas instaladas em Newark, Nova Jersey, nos Estados Unidos. De momento está a tentar construir a maior quintas vertical do mundo, aproveitando-se de uma velha fábrica de aço com mais de 6500 metros quadrados. Centenas de fileiras de vegetais serão cultivados e iluminados por luzes LED num espaço preparado para controlar os níveis de humidade, temperatura e dióxido de carbono.

De destacar também o projeto "Paris inteligente 2050", apresentado pelo arquiteto belga Vincent Callebaut para Paris que tem despertado um grande interesse a nível internacional. Callebaut mostra como pode vir a ser a capital francesa em 30 anos, integrando edifícios verdes no núcleo urbano, e reduzindo assim a emissão de gases e o efeito de estufa.

O seu projeto contempla várias quintas verticais que misturam casas com jardins cultivados, possibilitando aos inquilinos a responsabilidade da atividade agrícola e alimentação através destes produtos.

Parques de estacionamento para carros autónomos

Segundo o estudo Keeping our Cities Moving realizado pela Xerox, em cidades como Paris e Londres, mais de 20% dos condutores dedicam mais de 15 minutos a encontrar um lugar para estacionar. Este é um dos problemas que parece ter os seus dias contados. A Volkswagen, a Escola Politécnica Federal de Zurique, a Bosch e as universidades Parma e Oxford estão a trabalhar no desenvolvimento do V-Charge. Um sistema que permite não só que o carro autónomo arranje um lugar para estacionar, mas também encontre um sítio que permita o carregamento da sua bateria.

Enquanto o condutor deixa a sua viatura, ativa-se a aplicação e decide-se a que hora se vai levantar o carro. O carro entra sozinho no parque de estacionamento. Quando o condutor chega o veículo encontra-se à sua espera no local escolhido para o recolher. Por outro lado, vários especialistas asseguram que a implementação dos veículos autónomos irão aumentar os serviços de carro partilhado, diminuindo assim o número de automóveis e as zonas de estacionamento.

A implementação destas infraestruturas terá como consequência a reestruturação do espaço público, o que irá permitir ter mais zonas verdes nas cidades e mais espaço para os peões poderem circular.

Parques temáticos virtuais

Antigos edifícios de escritórios ou fábricas abandonadas são locais perfeitos para a construção de parques de diversões do futuro.

The Void é o nome de vários centros temáticos baseados em realidade virtual. Para entrar neste mundo é preciso usar um colete e luvas táteis, que respondem ao toque e à forma dos objetos virtuais, e um capacete que permite aos utilizadores explorarem este lugar virtual como se estivessem lá.

"Já abrimos este tipo de parques no Dubai, em Nova Iorque e Lindon, no Utah, onde é a nossa sede e queremos continuar a crescer", explicam os criadores do The Void.

O grupo chinês, Shanda, planeia construir um destes parques na China, investindo 270 milhões de euros.

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