Agricultura da Guarda vai ter plataforma digital... mas há mais

Enquanto o Politécnico da Guarda vai criar uma plataforma para os negócios agrícolas, a SDR Portugal anda fazer contas ao retorno que a reciclagem de garrafas trará aos consumidores e a Fundação Santander abre as portas para expor relevantes artistas portugueses contemporâneos.
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Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai criar uma plataforma para tornar os negócios agrícolas da região mais sustentáveis e competitivos. Segundo o IPG, esta plataforma - que alia a inovação e tecnologia às atividades turísticas e rurais - será desenvolvida em parceria com as PME da região, centros de investigação e instituições de Ensino Superior. Intitulado Interior+, o projeto terá um investimento acima dos 850 mil euros financiados pelo PRR e visará os territórios de baixa densidade e zonas rurais de montanha.

"Vamos desenvolver a primeira plataforma de promoção de inovação territorial agroalimentar, com base em tecnologias de monitorização, produção e gestão", anunciou Teresa Paiva, docente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e responsável pelo projeto, segundo notícia avançada pela Agência Lusa.

O apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi assegurado depois de o projeto Interior+ ter conseguido garantir a primeira posição numa lista de 13 candidatos ao financiamento para a revitalização de zonas rurais.

O projeto terá início "com uma região modelo que abrange os territórios do Minho, da Beira Interior e da Beira Alta", avançou ainda Teresa Paiva. A a responsável do IPG explicou que, pôr o Interior+ a funcionar implica que "diferentes agentes do setor se reúnam para criarem medidas que ajudem a combater a fraca densidade populacional e empresarial nos seus territórios".

O contrato para a concretização deste projeto foi assinado na quarta-feira, 14 de junho, em Lisboa, numa cerimónia em que marcaram presença a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e o presidente do Politécnico da Guarda, Joaquim Brigas.

213 milhões de euros será o montante anual total calculado para o futuro reembolso aos consumidores pelo Sistema de Depósito e Retorno (SDR) de embalagens. Ao abrigo do SDR, deverão ser instalados mais de 3600 pontos de recolha, mas Ana Jacinto, da AHRESP, já veio dizer que é "impensável e impraticável" que os HORECA sejam tornados pontos de retorno.

Segundo a SDR Portugal, a associação que irá gerir o sistema de depósito e reembolso de embalagens no país, a rede deverá estar operacional já em 2025. Esta entidade prevê ainda que possam ser depositados nos pontos de recolha cerca de 43 mil toneladas de embalagens por ano, ou 2.123 milhões de unidades. Este valor traduz-se em cerca de 35 mil toneladas de plástico PET depositadas anualmente, bem como 8,5 mil toneladas de alumínio e aço.

De acordo com com a SDR Portugal, estes tais 3.600 pontos de recolha deverão ser instalados nas grandes superfícies (retalho e grossista), nos hotéis, restaurantes e cafés (HORECA) e noutras localizações estratégicas espalhados por todo o país, foi noticiado pelo Capital Verde do Eco.

E é com este último detalhe que a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) não concorda. Em reação ao Eco, Ana Jacinto afirma que fixar pontos de recolha nos HORECA levanta questões de higiene e segurança alimentar que ficam "severamente comprometidas ao [serem recolhidas] embalagens "sujas" que podem potenciar a contaminação dos produtos a consumir". Sobretudo se houver falta de espaço nos estabelecimentos para armazenar as embalagens e a periodicidade de recolha for longa.

Alé,m disso, sublinha a responsável, os empresários poderão deparar-se com "dificuldades contabilísticas" na devolução do valor de depósito ao consumidor, já que cada embalagem depositada dará direito a um retorno de até 10 cêntimos e, pelas contas da SDR Portugal e do secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires - considerando apenas as embalagens até três litros -, isso resultará num reembolso total anual de 213 milhões de euros aos consumidores..

Os reembolsos deverão ser carregados em cartão, que é o métodod mais comum. "Estes aspetos assumem maior dimensão, se pensarmos por exemplo que nas empresas de restauração de serviço rápido o consumo de produtos é feito em formato de pré-pagamento, mesmo dos que são para consumo no local. Nestas situações, é inviável a criação de pontos de devolução em massa de valores de depósitos, que acarreta uma oneração insuportável para o setor", disse Ana Jacinto.

Vhils, Bordalo II, João Cutileiro e Joana Vasconcelos são alguns dos artistas com obras em exibição na exposição Natureza Viva, Paisagem e Sustentabilidade que está patente ao público no Edifício dos Leões - Espaço Santander, na Rua do Ouro, n.º 88, em Lisboa. Em parceria com o Museu Nacional de Arte Antiga, a mostra inclui obras deste último, bem como do Santander Portugal e da Fundação Santander Espanha.

A exposição vai estar em exibição até 31 de janeiro, e pode ser visitada de terça a domingo, entre as 15.00 e as 18.00 horas. Natureza Viva, Paisagem e Sustentabilidade é o segundo de um tríptico expositivo intitulado O Edifício dos Leões em Diálogo com o Museu Nacional de Arte Antiga, um ciclo de parceria entre o Banco Santander e a instituição museológica através de temáticas comuns às coleções de arte das duas instituições. O primeiro teve como tema Em Boa Memória. Retrato, Humanidade e Futuro

A partir do nascimento da Paisagem como invenção humana, da contemplação de uma natureza ideal até ao fascínio pelo sublime, a Exposição propõe uma reflexão em torno da relação entre o Homem e o mundo que o rodeia. O percurso é feito por três núcleos temáticos, que retratam cinco séculos de arte europeia, num diálogo entre arte artiga e contemporânea.

A relação entre a Natureza Viva e a Humanidade nem sempre é fácil e isso é visível nos quadros em exibição e nos temas retratados: das paisagens arcadianas ao fascínio pelas ruínas, das cenas campestres ao mundo industrializado, do naturalismo às visões contemporâneas de uma Natureza mais real, assumida na sua força e na sua fragilidade.

O Santander dá assim continuidade a um projeto que densifica o compromisso do Banco de contribuir para uma sociedade mais inclusiva, através de pilares fundamentais como a educação, a arte e a cultura.

"Projetos como o ReBOOT são a possibilidade prática que as empresas e as instituições têm em contribuir para a neutralidade carbónica e para a circularidade."

Filipe Araújo
Vice-presidente da CM Porto
12/06/2023

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