Depois das compotas, a Quinta de Jugais investiu 300 mil euros para lançar uma nova linha de produto, com muito picante: o Bandido. "A maior fatia do investimento está alocada à procura dos melhores produtores e fornecedores que permitem oferecer molhos e condimentos de qualidade, com cunho português", explica Mariana Campos, responsável de marketing da Quinta de Jugais. Em ano de pandemia, a empresa viu as receitas crescer 3 milhões, para 21 milhões. Neste ano, a empresa que exporta para mais de 30 mercados, quer crescer na ordem dos 10%. "Prevemos que a marca Bandido, neste ano de lançamento, tenha um crescimento substancialmente maior", diz.
Juntar à mesa dos portugueses a gama de picantes é na Quinta de Jugais "uma ideia antiga". "Agora que nos aproximamos do verão, pensámos que seria a melhor altura para fazer nascer e crescer esta ideia antiga e dar a possibilidade aos portugueses de saborearem os nossos molhos e condimentos picantes", justifica a responsável de marketing. Para já, a linha é composta pelo tradicional picante piri-piri, o jindungo (inspiração angolana), o jalapeño (mexicana) e mostarda com pickles. "Estamos já à procura dos sabores mais perigosos nas restantes partes do mundo", adianta a gestora sem mais detalhes.
Apesar dos sabores internacionais, a Quinta de Jugais privilegia "ao máximo o que é local e procuramos ter produtores nacionais", refere. "Há boas expectativas" para a venda do Bandido: mesmo com o lançamento recente, "já vendemos mais de 60 mil unidades, o que acaba por ser um excelente indicativo", antecipando crescimentos superiores a 10% neste ano para a marca de molhos picantes.
A linha mais recente junta-se às duas novas gamas de doces Bio, com ingredientes de origem biológica e sem adição de açúcar de cana, da Quinta de Jugais. "Estamos a planear novos sabores para breve", diz.
Crescer em pandemia
Apesar da pandemia que encerrou cafés, restaurantes e hotéis, e levou milhares de empresas para teletrabalho - a produtora que começou há 20 anos como um negócio de cabazes de Natal viu crescer as suas receitas em três milhões. Mas teve de se reinventar.
"Com o teletrabalho apostámos num conceito inovador e lançámos um cabaz composto por todos os produtos necessários para preparar o típico jantar de Natal das empresas em casa", conta. Além dos artigos, o cabaz tinha um livro com receitas e "algumas dicas para que os colaboradores se juntassem online e recriassem o ambiente festivo do Natal (de empresa) em casa", descreve. Foi "um sucesso" que obrigou ao reforço da equipa fixa de 36 colaboradores para assegurar toda a logística e entregas.
"A pandemia levantou alguns desafios ao nosso negócio, mas a verdade é que acabou por trazer mais oportunidades do que problemas. Acabámos por ser uma empresa em contraciclo que cresceu", afirma. Apostaram no canal online e nas exportações, o que impactou positivamente o crescimento da operação. "Os nossos doces e compotas serviram quase como um consolo durante o confinamento, pelo que a aposta online foi acertada", comenta. E as exportações deram uma grande ajuda. Estados Unidos, Brasil, Canadá, Inglaterra, França, Polónia, Moçambique ou Angola são alguns dos mais de 30 países para onde a Quinta de Jugais faz envios. "A exportação de doces para esses países tem sido determinante na evolução consistente e favorável do negócio", garante a responsável de marketing. O mercado externo pesa cerca de 40% na faturação da empresa.
Um milhão na linha
Nos últimos 18 meses a empresa investiu cerca de um milhão de euros na linha de produção da fábrica, tendo adquirido perto de 600 mil toneladas de fruta no ano passado, valor que deverá subir neste ano para 750 mil, para garantir o crescimento que pretendem para 2021. "Para este ano, o nosso objetivo é manter o crescimento na ordem dos 10%."