AICEP põe as fichas nos mercados da Finlândia, Noruega e em Chicago até 2022

Agência diz que mercados nórdicos vão permitir somar valor, e entrada em Chicago pretende abrir portas para o Midwest americano.
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A rede da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) vai ser alargada para passar a incluir presenças físicas na Finlândia e na Noruega, no norte da Europa, e também em Chicago, nos Estados Unidos, anunciou esta terça-feira o presidente da agência, Luís Castro Henriques, na apresentação do plano estratégico até 2022.

A aposta em novos mercados-chave no norte da Europa, que ficarão na órbita do escritório que a AICEP já mantém em Estocolmo, Suécia, tem o objetivo de somar maior valor às vendas portuguesas ao exterior, ainda que as atuais vendas para estes países sejam hoje residuais.

"Temos visto o sucesso do impacto de algumas ações nossas e acreditamos que que há uma apetência muito grande por um conjunto de segmentos e fileiras dos produtos portugueses. São, obviamente, países onde há possibilidade de exportação com elevado valor acrescentado, com elevado poder de compra, onde os nosso produtos, sendo bem diferenciados, e tendo um melhor posicionamento, podem ter de facto um alcance maior de exportações", justificou o presidente da AICEP.

A agência diz pretender ainda reforçar presença noutros mercados do espaço europeu e, sobretudo, aumentar exportações para o Leste da Europa.

Até ao próximo ano, a AICEP vai também fixar presença em Chicago, com o objetivo de captar compradores na faixa central norte-americana, face aos escritórios já estabelecidos em São Francisco e Nova Iorque.

"Chicago tem sobretudo um foco de exportação. Fizemos uma análise de três localizações adicionais nos Estados Unidos, e percebemos que há um conjunto de cadeias de compras - nomeadamente, do Midwest e do interior dos Estados Unidos - que têm o centro de decisão em Chicago", explicou também Castro Henriques.

Em 2019, o mercado norte-americano teve um peso de 5% nas exportações portuguesas (abaixo dos 6% de quota de 2010), mas foi quinto principal destino das vendas de bens nacionais (sendo o sexto no início da década).

Em termos de investimento na ação externa, a AICEP diz que pretende também favorecer os mercados do Japão, da Coreia do Sul, do México e do Canadá, explorando a redução de barreiras tarifárias trazidas pelos acordos de comércio assinados com a União Europeia.

Ao mesmo tempo, a AICEP diz-se comprometida como sempre com os mercados de língua portuguesa, numa aposta "de longo prazo" que assenta, também, nas perspetivas de aumento das populações e dos mercados de consumidores nestas geografias. A agência antecipa, entretanto, para breve a implementação de um Fórum das Agências da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Já a China sai dos planos da AICEP, mas, segundo Luís Castro Henriques, apenas porque os objetivos anteriores foram "concretizados". "Não tem nada a ver com os equilíbrios do mundo", afirmou o responsável, aludindo ao movimento geopolítico que tem afastado a União Europeia da China, com aproximação aos Estados Unidos.

Noutra vertente, o plano estratégico da AICEP também acrescenta recursos para a captação de investimento externo, com dois novos "FDI Scouts" na Europa e outros dois em mercados atualmente não cobertos pela rede da agência.

Mas, os planos também passam pelo trabalho que pode ser feito online, com a agência a preparar neste momento o lançamento do projeto-piloto de um novo Portal do Investimento, que adota inteligência artificial para sugerir localizações e que reúne informação fornecida pelos municípios do país. No arranque, o portal será lançado com os municípios do Oeste.

Para as exportações, a participação coletiva em marketplaces electrónicos é outra das medidas apresentadas. Até ontem, informou Castro Henriques, a AICEP recebeu candidaturas para um programa agregador de produtos agroalimentares portugueses na plataforma Alibaba, e 15 serão selecionadas para a plataforma chinesa. A agência quer fazer o mesmo com mais sectores.

A AICEP pretende também lançar uma plataforma de feiras virtuais, construindo a infraestrutura que depois poderá ser usada pelas empresas portuguesas, e prepara-se para reformular os moldes do programa de estágios INOV Contacto, que em 2021 assinala 25 anos. As mudanças ainda não foram anunciadas, dependendo de um estudo que está a ser conduzido pela Nova IMS e também dos critérios do programa operacional europeu POISE para o próximo quadro comunitário.

Na ação externa, a participação na Expo Dubai 2020, e na Hannover Messe 2022, onde Portugal será o país em destaque, são também momentos a capitalizar, defendeu o presidente da AICEP, defendendo neste último caso a oportunidade para os produtos portugueses passarem a ser conhecidos de um conjunto mais alargado de empresas alemãs.

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