O governo alemão acaba de rejeitar os pedidos para adiar o encerramento das três últimas centrais nucleares do país, que começaram a operar há mais de três décadas.
Apesar da contestação da oposição, que defendia o prolongamento do funcionamento das centrais até 2024, a desativação nuclear deverá mesmo ser efetivada a 15 de abril, ou seja, no sábado, e este é um assunto fechado.
É de louvar a coragem da Alemanha para dizer não ao nuclear num momento em que atravessa a maior crise energética. A Europa deve aproveitar o momento para repensar o investimento em novas centrais nucleares que geram resíduos radioativos resíduos, difíceis de gerir, e levantam outras questões de segurança operacional face a eventuais desastres que as alterações climáticas poderão potenciar.
Os riscos ambientais e de segurança são argumentos suficientes, mas é preciso colocar também na balança os custos de investimento e de produção de eletricidade. A produção elétrica a partir de centrais nucleares é mais cara que todas as alternativas renováveis e também deste ponto de vista não se vislumbram vantagens comparativas, sendo as renováveis, mais competitivas e económicas.
A solução de futuro é mesmo uma transição energética segura, sem centrais nucleares no horizonte, que não contribuem para o relançamento da economia e representam riscos desnecessários.
Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN