"Refuto totalmente" que o processo de implementação do 5G no país "esteja atrasado", disse João Cadete de Matos, presidente da Anacom - Autoridade Nacional de Comunicações, no evento de inauguração do novo centro de monitorização e controlo do espectro, no Porto.
Segundo disse hoje o responsável, "o calendário foi precedido de uma consulta no ano passado aos operadores, que defenderam que não havia modelo de negócio para o 5G antes de 2022". João Cadete de Matos adiantou ainda que "a Altice [dona da Meo] defendeu a derrogação da disponibilização da faixa de 700 Mhz para 2022 e nós não estivemos de acordo".
Esta questão tem dividido a Autoridade Nacional de Comunicações e a Altice, defendendo esta última que o processo está atrasado, nomeadamente face a outros países europeus. “Países como Espanha, Itália, França, Alemanha, Inglaterra viram já concluídos os seus processos de atribuição de frequências, alguns destes já com ofertas comerciais públicas, ou seja, estão perto de um ano adiantados face ao nosso país", fez saber recentemente a Altice.
João Cadete de Matos recusa que o processo esteja atrasado, realçando que foi "ponderado e sem precipitação". Segundo adiantou, "há uma grande transformação em curso em Portugal e em todo o mundo" e, mesmo na China, onde esteve recentemente, "estão a dar os primeiros passos". O presidente da Anacom lembrou ainda que estão a decorrer desde há dois anos testes de 5G no país e "continua-se".
A rede de quinta geração irá potenciar a velocidade de acesso a dados, assim como o volume de informação que pode ser transmitida. A futura rede irá servir o comum utilizador de smartphones (após atualização do equipamento) mas, essencialmente, potenciar a condução autónoma, cirurgias à distância, o que é habitual designar-se por internet das coisas (Internet of Things, na sigla IoT).