ANCS. Basta um telemóvel para 10 mil vidas terem mais qualidade

Associação sem fins lucrativos quer dar mais qualidade de vida aos idosos e quer estender programa a 20 municípios
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Se um telemóvel já faz diferença para muitas pessoas, imagine que este mesmo telemóvel tem um medidor de tensão arterial, um localizador (em caso de perda) e um botão de emergência. A Associação Nacional de Cuidado e Saúde (ANCS) quer dar mais qualidade de vida, sobretudo aos idosos, e criou o projeto 10 Mil Vidas, com o qual concorre na categoria de pequenas e médias empresas do Prémio Inovação NOS.

“Queremos começar a escalar os projetos que já existem e introduzir novos projetos de apoio aos idosos para que no final tenhamos 10 mil seniores apoiados” e com maior mobilidade. Ainda assim, o público-alvo não é exclusivamente acima dos 65 anos. “Algumas pessoas mais novas também precisam de algum acompanhamento”, conta Bruno Reis, um dos administradores da ANCS.

A ANCS tem quatro projetos-piloto a decorrer, com 50 idosos cada, em Almada, Lousã (sede da associação), Chamusca e Porto de Mós. Em cada um deles são integrados os municípios - que lideram os projetos -, em conjunto com uma rede de apoio constituída por IPSS, forças de segurança (PSP e GNR), centros de dia e centros de apoio social.

O telemóvel especial conta com tecnologia portuguesa. A True-Kare “é a única empresa que reúne características de teleassistência e tele saúde” num só dispositivo. Há também uma plataforma de recolha de dados, que são acessíveis aos cuidadores. Em caso de medições fora do normal, são desencadeados de imediato os serviços de emergência; em caso de chamada, há pessoal especializado num centro de atendimento que consegue acionar os meios mais adequados. O médico de família, se estiver registado, também pode ter acesso reservado à medicação e historial do paciente, além de receber alertas via email ou mensagem de telemóvel.

Os primeiros projetos começaram no ano passado e a aceitação dos municípios “tem sido muito positiva; só não há mais câmaras a trabalhar connosco por causa dos timings e dos orçamentos”. Por causa disso, no final de outubro, a ANCS, instituição sem fins lucrativos, candidatou-se, em parceria com 20 municípios, ao Portugal Inovação Social, que conta com 150 milhões de euros, provenientes de fundos comunitários ao abrigo do Portugal 2020.

Caso a candidatura seja bem sucedida, o esforço dos municípios, que agora comparticipam os projetos na totalidade, seria reduzido para 30%; os restantes 70% seriam financiados por Bruxelas. Além disso, os projetos deverão passar a ter a duração de dois anos e com custos “completamente diferentes” - atualmente são gastos 15 mil euros em projetos a 12 meses.

Mas a ‘corrida’ pelo aumento da qualidade de vida dos idosos não acaba aqui. “Estamos há vários meses em contacto com o Ministério da Saúde para que o projeto faça parte do Serviço Nacional de Saúde. No limite, quase todos os idosos poderiam ter acesso a este sistema.”

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