António Mexia prefere que parte do Estado na EDP fique com "parceiro industrial"

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O presidente da EDP, António Mexia, defendeu hoje que a fatia do Estado da EDP deve ficar com um "parceiro industrial", já que a opção por um investidor não meramente financeiro contribuiria para o crescimento da eléctrica portuguesa.

"Obviamente que um parceiro industrial pode claramente contribuir para o maior crescimento e maior capacidade de intervenção [da EDP] no mundo", disse à agência Lusa António Mexia que participava numa acção de voluntariado da EDP no Hospital de Santa Maria, em Lisboa."

O que me parece claro é que a privatização da EDP pode e deve ser encarada como uma oportunidade para o crescimento e desenvolvimento da empresa", acrescentou. Já quanto ao momento da privatização, o presidente executivo da EDP preferiu não adiantar datas: "O compromisso é até ao final ano", afirmou.

A EDP é uma das empresas em que o Estado tem de alienar a sua participação, ao abrigo do acordo de assistência financeira acordada com a 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional). Dos 25% que o Estado detém no capital social da eléctrica, através da Parpública, irá alienar 20,9% até final do ano.

Em Agosto, o superintendente de operações no exterior da brasileira Eletrobrás, Sinval Gama, afirmou que foi informado pelo Governo português de que o processo de venda poderia ser concluído entre Setembro e Outubro. A Eletrobrás é uma das empresas das interessadas na privatização da EDP, mas já assumiu que só materializará esse interesse se ficar com poder na administração da eléctrica portuguesa."Não queremos ser só um investidor ou um accionista, queremos ter poderes no conselho de administração", disse o jornal O Globo ao director financeiro da empresa, Armando Casado.

A energética alemã E.ON também estará interessada na venda, tendo já comunicado esse interesse pessoalmente ao primeiro-ministro, Passos Coelho. As asiáticas China Three Gorges e China Power e o grupo francês de electricidade GDF Suez também estarão a estudar a oportunidade, entre outras empresas.

O primeiro-ministro afirmou no início do mês que a privatização da EDP será feita garantindo "o melhor preço" para a empresa, "não necessariamente para o Estado". Passos Coelho disse ainda que a EDP não será vendida de "forma fragmentada", acrescentando que serão salvaguardados os "interesses estratégicos" da empresa. "Quanto melhor for o projecto industrial, quanto mais reforço para a EDP enquanto empresa, melhor para Portugal também", disse Passos Coelho.

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