Ao invés do que o país necessita

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Um simples mapa de origem e aplicação de fundos relativo aos oito anos de governo de António Costa comprova a distância entre as promessas e a realidade.

Em oito anos, o Governo subtraiu à economia mais 110 mil milhões de euros, provindos do aumento das receitas de impostos, 61 mil milhões, de contribuições para a Segurança Social, 41 mil milhões, de outras receitas, oito mil milhões, e dispôs ainda de mais 19 mil milhões de poupanças em juros e redução do investimento. Os impostos diretos contribuíram com 17 mil milhões, mas o primado foi para os indiretos, mais 44 mil milhões de euros, anestesia fiscal no seu melhor.

Em média o Governo arrecadou mais 16 mil milhões de euros em cada ano após 2015, porventura para aplicar na melhoria das funções do Estado. Todavia, a grande aplicação desse acréscimo, 75% do total, foi no aumento da despesa corrente, cerca de 97 mil milhões de euros. A desmesurada despesa corrente não foi contida até foi sempre crescendo e tornou-se mesmo cada vez mais rígida. As despesas com pessoal constituíram a grande prioridade da alocação dos recursos adicionais, recolhendo 27 mil milhões, cerca de 34% do total, e o aumento de outras despesas e dos subsídios tornou-se estrutural. Ao mesmo tempo, as necessidades operacionais dos serviços públicos foram desatendidas, cabendo aos consumos intermédios apenas 12,2 mil milhões de euros, apenas 15% do bolo distribuível, contribuindo para a deterioração dos serviços públicos, caso notório o da saúde.

Apesar do aumento das receitas, a Segurança Social necessitou de apoio do OE, recebendo uma contribuição adicional de 3,2 mil milhões de euros.
Para financiar o aumento dos gastos correntes, e ressalvando-se a redução dos saldos orçamentais, 32 mil milhões, acentuou-se a carga fiscal, mercê sobretudo do brutal acréscimo da tributação indireta que em muitos casos nem suspeitamos pagar.

E tendo o peso do Orçamento subido de 42% em 2015 para 45% em 2024, o investimento público foi a última prioridade, tendo reduzido 4,1 mil milhões de euros em benefício das despesas correntes.

A má alocação dos recursos, esquecendo as empresas, entravou a economia. E, se algum crescimento houve, não foi ao Governo, mas às empresas que se deveu.

Tudo ao invés do que o Governo diz e do que o país necessita.

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