
Nos primeiros seis meses do ano, os lucros dos CTT caíram quase 24% para 19,8 milhões de euros, apesar de os resultados operacionais terem somado 524,3 milhões de euros, o que representa um crescimento global de 9,1% nas receitas.
Foi o aumento de 77,3% do negócio da logística, com destaque para o segmento Expresso e Encomendas, que garantiu um volume de negócios superior ao do período homólogo do ano anterior. O bom desempenho desta área que, como refere a empresa em comunicado, “tem sido o grande motor de crescimento do grupo”, acabou por compensar a quebra de 34,9% nos Serviços Financeiros.
Recorde-se que a procura recorde por Certificados de Aforro no último trimestre de 2023 impulsionou o crescimento da área financeira do Grupo CTT, uma tendência que não se repetiu este ano devido à queda na taxa de juro associada a este produto de poupança, e ao limite imposto de 50 mil euros por subscrição.
No total, a área de negócio da Logística representa 86% dos rendimentos totais dos CTT, tendo atingido uma faturação global de 451 milhões de euros no primeiro semestre de 2024 e um crescimento de 20,7% face ao período homólogo de 2023. Deste valor, o segmento de Expresso e Encomendas contribuiu com receitas na ordem dos 210,4 milhões de euros, o que representa um crescimento de 48,9% quando comparado com os primeiros seis meses do ano anterior.
Quanto ao comércio eletrónico, “manteve-se a tendência de aumento de adoção de e-commerce, tendo sido registado um forte crescimento do tráfego na Península Ibérica (+53,5%)”, refere a empresa.
Só durante o segundo trimestre do ano foram movimentados 368 mil objetos por dia em Espanha - “um mercado maior e com mais oportunidades de crescimento”, diz fonte dos CTT -, um valor equivalente ao registado no último trimestre de 2023, período que incluiu o Natal, uma época habitualmente com mais movimento de encomendas. Em Portugal, o tráfego diário (157 objetos) mantém-se estável.
Segundo a empresa, na Península Ibérica existem quatro plataformas principais de e-commerce, cujos fluxos B2C (Business to Consumer) continuam a aumentar de forma exponencial.
Já sobre o impacto do aumento das tarifas para encomendas que venham de fora da Europa, com valor inferior a 150 euros, anunciado por Bruxelas, “os CTT veem com tranquilidade a sua implementação, mas não conseguem estimar o seu impacto no tráfego”.
Menos receitas
Na área Banco e Serviços Financeiros, as receitas geradas somaram 73,3 milhões de euros, no primeiro semestre, menos 31,3% do que em 2023, “principalmente devido à expectável queda dos volumes de colocação de dívida pública”, pode ler-se no comunicado dos Correios.
Ainda assim, o lançamento recente da subscrição online de dívida pública, através da App CTT, está a ter uma elevada adesão, o que leva a empresa a acreditar que será uma ferramenta “interessante” para o crescimento desta área de negócio. Desde o lançamento desta plataforma, a 18 de julho, já foram registadas 5000 contas.
“Bem-sucedido, rentável e com um caminho de crescimento pela frente” é a forma como o Grupo encara a sua área financeira. No entanto, a empresa admite abdicar do controlo do banco “que está a crescer e necessitará de mais capital”, mas não perspetiva para já qualquer venda, aguardando ainda a autorização do Banco de Portugal para a entrada da Generali no seu capital com uma posição de 8,7%.
Em termos globais, os rendimentos operacionais do Banco CTT cresceram 2,6%, para os 62,1 milhões de euros durante os primeiros seis meses do ano - uma percentagem que seria de 16% se excluísse o impacto do fim da parceria com o cartão Universo. Já a margem financeira aumentou 4,1%, atingindo os 47,9 milhões de euros.
No caso da dívida líquida da empresa, esta baixou para os 25,3 milhões de euros no final de junho, o que compara com os 39 milhões registados no final de dezembro do ano passado.
No final do semestre, os CTT contavam com 13 813 trabalhadores, entre pessoas com contratos sem termo e com termo. O número traduz um aumento de 428 face a igual período de 2023.
Até ao final do ano, a empresa expressa a vontade de continuar a ver crescer as suas receitas consolidadas, na ordem de “um dígito médio”.