A Artbid é uma plataforma de leilões online portuguesa, nascida em 2014 pela mão de Filipe Aires, ex-CFO do Palácio do Correio Velho, e o empreendedor Pedro Monteiro. A empresa especializada em antiguidades, arte e vinhos, prepara-se agora para se lançar a nível internacional. "A plataforma internacional, que estamos a desenvolver e a finalizar, permite aos clientes nos diferentes países colocar as suas peças em venda nos nossos leilões, sem que tenham de vir para Portugal, permitindo assim a venda e compra dos lotes da respetiva cultura utilizando uma plataforma portuguesa", dizem os fundadores da Artbid.
A estratégia de internacionalização implica "um esforço enorme de divulgação, no marketing internacional, da nova plataforma, para que assim os potenciais clientes desses países se tornem vendedores e compradores do nosso novo marketplace", avançam Filipe Aires e Pedro Monteiro.
Para os responsáveis da Artbid, "esta é a única forma de aumentar claramente as vendas da empresa no exterior, contabilizadas como exportações, aumentando o radar de abrangência e influência fora de Portugal, captando novos vendedores e compradores, alguns deles com poder de compra maior do que a média portuguesa".
A pandemia que apanhou o mundo de surpresa este ano não afetou o negócio. "Estamos com um crescimento de 25% face ao período homólogo. Quando o confinamento começou sentimos um abrandamento nas vendas. Contudo, como empresa online que somos, rapidamente verificámos que os compradores retomaram as suas licitações e os vendedores recorreram aos nossos serviços para venderem as suas peças e, em paralelo, novos clientes licitadores chegaram ao mercado online, o que fez subir as vendas", garantem.
Quanto aos próximos meses, Filipe Aires e Pedro Monteiro estimam "que 2021 possa ter um comportamento semelhante a 2020 ou até um ligeiro crescimento". É que, explicam, "o mercado de venda de arte e antiguidades não é sazonal e, mesmo em momentos de crise, tem atividade. Em momentos menos favoráveis pode existir menor apetência para a compra mas, em contrapartida, há sempre maior oferta de produtos para vender. Assim, poderá verificar-se uma redução do valor médio de venda das peças, mas um incremento na quantidade de peças vendidas".
A plataforma realiza "sete a oito leilões diários e tem mais de 400 lotes em venda", entre eles uma guitarra assinada por Mick Jagger (na fotografia). A empresa diz que vende uma média de 1500 lotes por mês. E como garantem a autenticidade das peças? "Há todo um processo de investigação realizado às peças a par de informações que nos são prestadas por quem vende. O conjunto dessa informação é verificado até chegarmos a uma opinião que seja credível. Por outro lado, a experiência dos nossos peritos concorre para a catalogação de uma determinada peça como original e legítima".
Os compradores são particulares, empresas, colecionadores e investidores. E os vendedores são maioritariamente particulares.
E o que é preciso para que uma peça entre na plataforma? "Fundamentalmente que se reconheça o seu valor como interessante para o mercado ter vontade de a comprar. Isso passa-se com peças de cinco e ou de 50 mil euros. Naturalmente que há peças com maior grau de raridade e valor, que se tornam muito mais interessantes para os colecionadores e investidores. Essas, normalmente, suscitam maior disputa e, por isso, resultam em vendas com resultados interessantes", dizem.
Na Artbid já foram vendidas peças "de várias dezenas de milhares de euros".