"As business schools têm de assumir a liderança na via para um mundo mais sustentável e equitativo"

Conferências do Estoril está de volta. Dean da Nova SBE, que neste ano recebe mais de 70 líderes mundiais e mil participantes, revela um evento centrado nos jovens, que ajudarão a pensar o futuro.
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Pelo planeta, pelas pessoas e pela paz. Mais de 70 oradores, incluindo líderes mundiais como Roberta Mestsola (presidente do Parlamento Europeu), Irene Heemskerk (chefe do Centro Europeu e Mudanças Climáticas do BCE), Randi Zuckerberg (fundadora da Zuckerberg Media), Francis Fukuyama (economista, filósofo e escritor) e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, juntam-se na Nova SBE no final da próxima semana. As Conferências do Estoril, de que o Dinheiro Vivo é media partner, regressam nos dias 1 e 2 de setembro, sob o tema O Re-Equilibrio do Nosso Mundo: Um Apelo à Geração do Propósito e desta vez estreiam uma nova casa, o campus de Carcavelos, daquela que tem sido reconhecida como uma das melhores escolas do mundo. E o anfitrião também traz novidades.

"A grande inovação das Conferências do Estoril 2022 é o foco na juventude", diz ao DN/Dinheiro Vivo Daniel Traça, dean da Nova SBE, explicando que o programa foi desenhado de forma a pôr os jovens no centro da ação, permitindo-lhes "não só ouvir, mas interagir com líderes de impacto, chefes de Estado e oradores de renome". Caberá, por exemplo, a dois alunos fazer a moderação no momento de Q&A com Roberta Metsola, "num diálogo aberto sobre os desafios que o futuro trará à Europa e ao mundo", bem como do painel que junta os deans das universidades Cape Town Graduate School of Business, Stock-holm School of Economics e Universidad de Los Andes, com Mette Morsing (head of Principles for Responsible Management Education), para debater o futuro das business schools, revela.

Os jovens terão ainda acesso exclusivo a speakers "para momentos de interação mais próximos, que lhes permitam levantar questões e propor soluções junto dos líderes de hoje", bem como oportunidade de apresentar ao mundo as suas soluções em processos de reflexão sobre os principais desafios que o mundo enfrenta (por exemplo, no Video Challenge Competition).

"Nos últimos quatro anos, a Nova SBE atingiu um lugar de relevo no panorama do Ensino Superior europeu, na implementação de um projeto que assumiu perante a sociedade portuguesa. Hoje recebemos um número crescente de alunos internacionais, com especial relevo da Alemanha e de Itália - vamos ter 1600 novos alunos de mestrado neste ano, dos quais 65% internacionais", quantifica Daniel Traça, explicando a relevância da escolha da sua escola para anfitriã da iniciativa, tendo-se assim garantido a abertura das Conferências do Estoril ao universo da rede CEMS, que reúne as 34 melhores escolas de gestão do mundo, e que se assumiu como parceiro estratégico do evento.

Isto permitiu "escalar o diálogo das Conferências a outros cantos do mundo e a um leque maior de jovens", sublinha o dean, realçando o reconhecimento do talento da Nova SBE no mundo, quer por grandes empregadores internacionais, quer pelo Financial Times (FT), na elite das business schools europeias e no Ranking de 2022 do Mestrado em Finanças, em que a escola portuguesa ficou em 11.º lugar no mundo.

Por outro lado, a Nova SBE é também "uma escola vocacionada para o impacto na sociedade e para a reflexão sobre o futuro da mesma", assumindo o lema a School for a Better and Sustainable Future.

"A transição das Conferências do Estoril para o âmbito da Nova SBE permite-nos dar início a um movimento no sentido de preparar profissionais e futuros líderes com as competências para levar a cabo a transformação para uma liderança humanista (na administração pública, em empresas e ONG), capaz de assegurar um mundo mais sustentável e harmonioso, diz Traça, resumindo o objetivo maior desta edição: "As Conferências procuram inspirar a Geração do Propósito, promovendo um diálogo aberto e disruptivo sobre os principais desafios da atualidade à volta do planeta, das pessoas e da paz."

"Temos consciência de que estamos num mundo com importantes desafios do ponto de vista da sustentabilidade do planeta, da desigualdade social e dos desequilíbrios geopolíticos", reconhece, apontando como problema fundamental o desenquadramento das instituições e da forma como preparamos o talento relativamente a "um séc. XXI abanado pelo aquecimento global, pela digitalização acelerada, pela desigualdade e polarização social e pela crescente rivalidade geoestratégica". A incapacidade de lidar com estes desafios gerou medo e a polarização da sociedade, e "este risco exige muito mais de nós", considera Daniel Traça, argumentando que as universidades no geral e as business schools, em particular, "têm de assumir liderança no caminho para um mundo diferente, sustentável, menos polarizado, com mais equidade".

"É a responsabilidade de quem tem a seu cargo as gerações do futuro, porque uma parte fundamental da solução passa pelo talento que criamos e as competências que desenvolvemos. E temos de o fazer, porque somos um espaço neutro onde stakeholders que desconfiam uns dos outros - empresas, ONG, a administração pública - podem convergir numa dinâmica de colaboração radical. Como digo a todos os alunos da Nova SBE with great power comes great responsibility", resume Daniel Traça.

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