A semana passada fomos brindados com a Lição de Verão SHARING KNOWLEDGE por Ricardo Reis, reputado Professor na LSE. Precisamos mais do que nunca de uma Agenda de Ambição para a Europa - trata-se dum desafio único, que tem que assentar numa verdadeira dimensão colaborativa de mobilização dos atores da mudança ( Decisores, Académicos, Empreendedores) para uma ação de base coletiva de reinvenção estratégica da base competitiva. A criação de valor – a partir de empresas de referência de base global – é um desafio incontornável que se coloca à economia europeia e que deve mobilizar todos os principais atores para uma verdadeira estratégica de mudança para o futuro. Assim falou Ricardo Reis.
Tudo tem que começar pelo capital social. Trata-se claramente do vértice mais decisivo do capital estratégico que importa construir neste novo tempo. O exercício de maior cumplicidade estratégica entre os diferentes players terá que ser a base para um novo contrato de competência e confiança na economia e na sociedade. Não se realizando por decreto, não restam dúvidas que esta ação de competence building de entidades da administração pública central e local, centros de ensino e saber, empresas, associações e demais protagonistas da sociedade só tem sentido de eficácia se resultar dum exercício de cumplicidade estratégica entre os diferentes protagonistas. E isso implica esforço de concertação e convergência de opções e soluções assumidas.
É importante por isso perceber que a aposta nos fatores dinâmicos de competitividade, numa lógica territorialmente equilibrada e com opções estratégicas claramente assumidas, é um contributo central para a correção das graves assimetrias sociais e regionais que se têm acentuado. Falta por isso neste novo tempo um verdadeiro choque operacional capaz de produzir efeitos sistémicos ao nível do funcionamento das organizações empresariais. O novo paradigma da economia radica nesse sentido na capacidade de os resultados potenciados pela inovação e conhecimento serem capazes de induzir novas formas de integração social e territorial capazes de sustentar um equilíbrio global do sistema. Uma nova agenda de valor traz novas responsabilidades mas também novos desafios centrados no futuro.
Uma Europa Inteligente é uma resposta aos desafios que Ricardo Reis nos deixa. E esta agenda assenta em duas ideias centrais para uma Nova Ambição – profunda renovação organizativa e estrutural dos setores (sobretudo) industriais e aposta integrada na utilização da Inovação como factor de alavancagem de criação de valor de mercado. Esta agenda de valor para o futuro assenta a sua base em vários fatores críticos de competitividade –instituições abertas e eficientes, talentos e excelência, novos modelos de negócio e redes globais, empreendedorismo e capacidade inovadora, ética e sustentabilidade. São eles a base de uma nova aposta estratégica para o futuro. Assim falou de facto Ricardo Reis.
Economista e gestor, especialista em Estratégia e Competitividade