BA Vidro. De três contos de réis a 14 milhões de embalagens em cem anos

Hoje, o grupo BA Vidro tem sete fábricas, que produzem diariamente mais de 14 milhões de unidades.
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A antiga Barbosa & Almeida, hoje BA Vidro, nasceu como pequena empresa de comercialização de garrafas em 1912 pelas mãos de dois jovens caixeiros. Raul Barbosa e Domingos de Almeida, ligados ao negócio de venda de garrafas vindas da Alemanha, decidem criar a sua própria sociedade com um capital de três contos de réis.

Em apenas alguns anos, a revendedora de garrafas transforma-se em produtora industrial, graças à compra de uma fábrica em declínio da histórica Companhia das Fábricas de Garrafas de Amora. Estava dado o primeiro passo para a constituição do maior grupo português de embalagens de vidro.

Com um percurso centenário, a BA cresceu, superou as dificuldades conjunturais, respondeu aos desafios da técnica e do mercado e contabilizou diferentes estruturas societárias e diversos proprietários, chegando a ser cotada na Bolsa de Lisboa e a ter a Sonae como acionista de referência.

Nos primeiros anos do século XXI, com uma operação de management buy out, o chairman Carlos Moreira da Silva fica com 45% do capital, a Família Silva Domingues outros 45% e os quadros detêm 10%.

No processo de expansão e internacionalização, a BA adquiriu a nacional Sotancro, complementando o seu portfólio com embalagens destinadas à área farmacêutica e de cosmética, e duas vidreiras polacas do Wart Glass Group, entrando no mercado nórdico e de leste. Hoje, o grupo BA tem sete fábricas, que produzem diariamente mais de 14 milhões de unidades - garrafas, frascos e boiões - para clientes das indústrias alimentar e de bebidas.

No ranking da Ignios está em terceiro no top 10 da rendibilidade global - económica e financeira - das empresas de bens. O rácio de rendibilidade económica da BA situa-se em 29,1%, enquanto o financeiro fixa-se em 46,3%. A rendibilidade financeira mede o retorno do capital empregado pelo acionista, atesta a eficiência da empresa a gerar lucros a partir da sua situação líquida e o potencial em aplicar investimentos para aumentar os resultados. “O fabricante de vidro tem grande projeção europeia, reconhecida pelas boas práticas de gestão e governance”, explica a consultora Baker Tilly. “E, embora tenha uma rendibilidade económica inferior à media do top 10, a rendibilidade financeira situa-se em 6,3 pontos percentuais acima da média”, acrescenta.

Em 2014, o volume de negócios da empresa de fabricação de vidro subiu 7,71%, para 331,9 milhões. As exportações pesam 57,6%. Com 969 colaboradores, lucrou 81 milhões e tem um índice de produtividade de 4,35.

A BA Vidro é a que mais fatura na área de produtos minerais, um setor que vale 1,7 mil milhões de euros.

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