
A Região Demarcada do Douro deverá contar este ano com uma vindima farta. No seu balanço intercalar do ano vitícola, a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (Advid) apontou para uma previsão potencial de colheita de 232 mil a 264 mil pipas (550 litros cada). “Será um ano de produção acima da média e que poderá chegar a valores próximos da colheita de 2023, que foi de 255 mil pipas”, avançou o diretor-geral da associação.
Questionado sobre os excedentes na região e a preocupação dos viticultores com nova colheita de grande dimensão, Luís Marcos deixa claro que o tema “cai fora do nosso âmbito” enquanto associação técnica. E passa a bola aos vários decisores políticos e económicos.
“Claro que temos consciência que há um excesso de vinho acumulado que pode gerar situações difíceis, mas, tal como o senhor ministro já avançou - que tem o Ministério empenhado em arranjar respostas -, também caberá aos representantes da produção e do comércio no Conselho Interprofissional do Instituto do Vinhos do Douro e Porto (IVDP) desenvolverem as melhores soluções para procurarem um equilíbrio na região”, sublinha, admitindo que há “muita apreensão” e uma “expectativa muito grande” na região.
As previsões da Advid são feitas com base no pólen recolhido na fase da floração, o que, explica Luís Marcos, é uma estimativa condicionada, na medida em que há sempre fatores posteriores que podem ter impacto no potencial de colheita.
Questionado sobre a qualidade dos vinhos de 2024, este responsável sublinha que é “precoce” fazer essa análise para já. “A qualidade é determinada por fatores que ocorrem nesta fase, após o pintor [a fase de desenvolvimento da uva em que esta muda de cor] e durante a maturação das uvas. Serão as condições que iremos ter agora, durante julho, agosto e o início de setembro, que irão determinar, acima de tudo, a qualidade dos vinhos”, frisou.
Se nada vier alterar o normal desenvolvimento das videiras, tudo indica que as vindimas no Douro se iniciem no final de agosto ou início de setembro, consoante o tipo de vinhos e a localização das parcelas. Estimativas para o resto do país serão divulgadas pelo Instituto da Vinha e do Vinho até ao fim do mês.