Banca espanhola prepara-se para conhecer auditoria pedida pelo Governo

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A consultora Oliver Wyman já elaborou os testes de stress aos bancos espanhóis, a partir das auditorias das consultoras Deloitte, PwC, KPMG e Ernst & Young. Os resultados deverão estar prontos no dia 15 de setembro, mas a comunicação só chegará no final do mês.

Saber em que situação se encontram os bancos é uma das condições impostas pelos parceiros internacionais em troca dos 100 mil milhões de euros para ajudar a salvar o sector financeiro. Quanto mais cedo forem conhecidos os resultados, mais rapidamente Rajoy pode actuar para combater a falta de liquidez da banca.

"Dá-nos a sensação de que o dia 15 de setembro não é uma data fechada. Será atrasada. A comunicação oficial será bem mais para o fim do mês", explicaram fontes da banca ao jornal espanhol Cinco Días.

Determinar as necessidades de capital do sector será determinante para avançar com o saneamento do setor financeiro, eliminar as dívidas da banca e permitir que o sector avance para um novo período de recuperação.

O problema é que a definição de um bad bank, última reforma financeira levada a cabo pelo Governo, pode tornar-se um obstáculo para o equilíbrio da banca.

Na prática, existe um decreto que esboça o funcionamento desta sociedade que servirá para aglutinar os ativos tóxicos da banca intervencionada, mas não é referida pelo Governo a forma como esta iniciativa irá entrar em funcionamento. Por saber fica o valor com que estes ativos serão transferidos e o tipo de ativos que poderão ser incluídos no banco tóxico.

Caso a valorização dos ativos seja feita por defeito, serão exigidas novas necessidades de capital para o sistema. Em contrapartida, se for feita por excesso, o veículo poderá ficar comprometido já que dificultará a entrada de capital estrangeiro e aumentará os custos a pagar pelo contribuinte.

O Governo de Mariano Rajoy tem até ao mês de novembro para criar o bad bank e portanto, quanto mais se conhecerem os problemas reais do sector financeiro, mais cedo poderão ser levadas a cabo as devidas medidas para que este não acabe por ser apenas mais uma dificuldade para o setor bancário.

O executivo não quer erros e já criou um comité, para coordenar a autditoria, composto por representantes do Banco de Espanha, Ministério da Economia, troika, Banco de França e Banco da Holanda. Em cima da mesa continua a estar a possibilidade de que os bancos mais frágeis precisem de mais dinheiro e que os 100 mil milhões não cheguem para resolver todos os problemas do sector.

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