Banco Popular “Não podemos perder o comboio do Portugal 2020”

Economia vai receber injeção de 11,4 milhões por dia. Banco Popular quer ajudar as empresas a acelerar o investimento
Publicado a

O Banco Popular está apostado em ajudar a acelerar o investimento empresarial em Portugal. E para informar as empresas sobre o potencial de crescimento económico associado à utilização dos fundos disponíveis no Portugal 2020 arrancou, nesta semana, um ciclo de oito conferências pelo país, a primeira das quais em Braga, numa parceria com o Dinheiro Vivo e a TSF. “Se pudermos ajudar a que o investimento acelere, isso será, com certeza, bom para o país, para o crescimento da economia e do emprego”, explica o presidente do Banco Popular.

Carlos Álvares teve a seu cargo o arranque dos trabalhos, e começou por apresentar o banco que lidera e que é detido a 100% pelo espanhol Banco Popular - ativos de 160 mil milhões de euros e 15 mil colaboradores, distribuídos por mais de duas mil agências. O Banco Popular tem em curso um aumento de capital “importante” não só para “facilitar a venda de ativos não rentáveis”, permitindo o regresso “ao patamar de rentabilidade do passado”, mas também preparar-se para poder ter um papel no movimento de consolidação do sector bancário em Espanha.

E em Portugal?, questionamos. Carlos Álvares admite que o banco possa vir a participar em operações de concentração, mas remete a decisão para a casa-mãe. E mais não disse, recusando pronunciar-se “especificamente” sobre o dossiê Novo Banco. A equipa de gestão em Portugal, garante, está “muito focada no crescimento orgânico” e a instituição “tem já quotas bastante interessantes” em alguns negócios, como o leasing, o factoring ou o crédito às PME, na “casa dos 7% ou 8%”, diz.

O banco conta com 170 agências, 1200 colaboradores em Portugal, e ativos de dez mil milhões de euros para uma carteira de crédito de sete mil milhões. “Somos um banco que, tal como a casa-mãe, tem um foco muito grande no apoio ao tecido empresarial e às famílias. Mesmo com a crise nunca paramos de crescer no crédito. E neste ano, comparando abril com abril de 2015, estamos com uma evolução positiva de 8%”, explicou.

Produtividade

Henrique Capelas, vogal da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), que integra a comissão diretiva do Programa Operacional Regional do Norte, teve a seu cargo a explicação do programa e dos seus objetivos, nomeadamente ao nível do combate às disparidades regionais e da promoção do emprego e da inclusão social.

Começou, precisamente, por lembrar que Portugal será penalizado - não terá acesso aos 6% de bónus da reserva de desempenhado - se não utilizar os 25 mil milhões de euros que a União Europeia disponibiliza ao país no âmbito do novo quadro comunitário de apoio, razão por que “é fundamental que todos nos empenhemos”. E exortou as empresas a apresentarem projetos competitivos, “indicando objetivos realistas e sustentáveis”.

O responsável da CCDRN não resistiu a olhar para trás e para o caminho que já foi trilhado pela economia e pelas empresas portuguesas. Lembrou que o PIB em Portugal cresceu, entre a década de 1960 e o ano 2000, a uma média de 4% ao ano, mas que, de 2001 a 2014, o crescimento “foi praticamente nulo”, apesar das “estruturas melhoradas” do país.

Para Henrique Capelas, o problema da falta de produtividade portuguesa reside na desadequação da oferta de licenciados às necessidades reais das empresas. “Nos últimos 30 anos recebemos cem mil milhões de euros, o que dá uma média de nove milhões de euros por dia, e a nossa competitividade está como está. Com o Portugal 2020 vão ser injetados 11,4 milhões de euros por dia na economia. Temos todos de refletir sobre isto para não perdermos este comboio.”

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt