
Os depósitos de particulares voltaram a crescer pela terceira vez consecutiva em dezembro, com os bancos nacionais a registarem a entrada de mais 1,6 mil milhões de euros nos seus cofres, ou seja, um aumento de 0,9% face ao mês precedente, que resultou num stock total de 179,78 mil milhões de euros no final de 2023, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
Já comparativamente com o período homólogo, altura em que as famílias tinham confiadas às instituições financeiras poupanças no valor de 182,43 mil milhões de euros, representa isto um decréscimo de 1,45% ou, em termos nominais, de 2,65 mil milhões. Para esta evolução, explica a entidade supervisora, “foram determinantes as reduções registadas nos primeiros meses do ano”.
De recordar que os depósitos de particulares atingiram o seu valor mínimo de 2023 em maio, quando totalizaram 173,7 mil milhões de euros, menos 8,8 mil milhões face ao arranque do ano. Esta redução foi motivada essencialmente pelo interesse das famílias nos Certificados de Aforro, que, até 2 de junho, por via da Série E, remuneraram bastante acima dos produtos bancários (3,5%).
Detalha a nota estatística que, por tipologia de produto, entre janeiro e dezembro, os depósitos à ordem reduziram-se 9,6 mil milhões de euros, enquanto os depósitos a prazo - que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso - aumentaram aproximadamente sete mil milhões.
A análise realizada pelo BdP aponta ainda que o crescimento dos depósitos de particulares nos bancos residentes tem desacelerado nos últimos anos: de 8,1% em 2020, abrandou para 6,6% em 2021 e para 5,4% em 2022. Em 2023, esse abrandamento passou a um efetivo decréscimo de 1,4%.
Os depósitos das empresas, por seu turno, registaram um declínio em dezembro, face ao mês anterior, na ordem dos 22,6 milhões de euros (-0,03%), que resultou num stock total de 64,19 mil milhões. Em comparação com o período homólogo, quando se verificavam 67,26 mil milhões de euros depositados, reflete este montante um recuo de 3,1 mil milhões, ou de 4,5%, em termos percentuais.