As taxas de juro de referência da Zona Euro vão descer novamente em dezembro e pela quarta vez desde o pico de 4% atingido em setembro do ano passado, anunciou o Banco Central Europeu (BCE), esta quinta-feira.
O conselho do BCE "decidiu reduzir as três taxas de juro diretoras em 25 pontos base [0,25 pontos percentuais]", baixando assim de 3,25% para 3% a taxa de juro da facilidade permanente de depósito – a principal taxa de referência, "através da qual o BCE define a orientação da política monetária".
A autoridade monetária sediada em Frankfurt revelou ainda que a economia está mais fraca do que se antecipava nas previsões de há três meses, cortando nas estimativa de recuperação económica deste ano e do próximo.
Em 2024, a economia do euro deve quase estagnar, crescendo apenas 0,7% (em setembro, o BCE dizia 0,8%). Em 2025, o crescimento real da Zona Euro será de apenas 1,1%, menos do que os 1,3% previstos há três meses.
O BCE decidiu descer taxas porque a inflação, que em 2022 chegou a ultrapassar os 10%, está a recuar de forma notória, bem como a atividade económica, com grandes economias como a Alemanha mergulhadas em dificuldades sérias.
Mas para o BCE, "o processo desinflacionista está bem encaminhado" e isso é o mais importante.
"Os especialistas do Eurossistema projetam que a inflação global se situe, em média, em 2,4% em 2024, 2,1% em 2025, 1,9% em 2026 e 2,1% em 2027, ano em que passa a estar operacional o Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia alargado".
Excluindo os preços dos produtos energéticos e alimentos, o BCE prevê que a inflação subjacente seja 2,9% em 2024, 2,3% em 2025 e 1,9% em 2026 e 2027, referindo que "a maioria das medidas da inflação subjacente sugere que a inflação estabilizará, numa base sustentada, em torno do objetivo de médio prazo de 2%".
Em todo o caso, o banco central presidido por Christine Lagarde avisa que embora a inflação interna esteja a descer "ligeiramente", esta "permanece elevada, sobretudo porque os salários e os preços em determinados setores ainda estão a ajustar-se, com um desfasamento substancial, à anterior subida acentuada da inflação".