BCE pode baixar juro dos depósitos para que bancos deixem de usar os seus cofres

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Os bancos europeus efectuaram ontem o terceiro maior

depósito de sempre nos cofres do Banco Central Europeu (BCE), 816 mil milhões

de euros, um dia depois de ser estabelecido um novo recorde, 827 mil milhões.

As duas mini-bazucas do banco de Frankfurt levaram a um

aumento do valor dos depósitos no organismo monetário. Os depósitos a um dia,

com juros de 0,25%, geram uma rentabilidade muito inferior comparando se as

instituições recorrerem a outros bancos para guardar o dinheiro, no mercado

inter-bancário, e muito abaixo do juro de 1% cobrado pelo BCE para emprestar

dinheiro nas mini-bazucas, programa conhecido como LTRO.

O dinheiro injectado pelo banco liderado por Mario Draghi

continua a não chegar à economia real e continua a regressar ao BCE na forma de

depósitos. O director de análise do Bankinter, Ramón Forcada, considera que o

BCE pode baixar o juro do depósito para os 0% a partir dos 0,25% actuais, segundo o Expansión.

Se a instituição de Frankfurt baixar o juro para 0% ou até

para um valor negativo (custo de depósito) "o atractivo para depositar o

dinheiro no BCE, vai provavelmente desaparecer, e o dinheiro voltaria a

circular com força na economia", afirma Forcada.

Desde a segunda emissão de liquidez, no final de Fevereiro,

que o número de depósitos dos bancos no BCE disparou acima dos 800 mil milhões.

Antes da primeira emissão, nunca tinha sido superado a marca de 500 mil

milhões.

Na segunda-feira foi alcançado um recorde histórico. Os depósitos alcançaram os 827,534 milhões. Na sexta-feira foi registada a entrada de 820,819 milhões, e ontem este valor alcançou os 816,729 milhões, a terceira maior importância de sempre.

Outro factor a ter em conta na hora de avaliar a quantidade

que os bancos deixam nos cofres do organismo monetário é em que fase se

encontra o período de mantimento de reserva.

Neste momento restam apenas 5

sessões para que este período termine, a 13 de Março, pelo que o aumento pode

também estar relacionado com a entrada na recta final deste período, pelo que é

normal que os depósitos aumentem de forma significativa.

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