
O Banco de Portugal (BdP) emitiu esta terça-feira um comunicado a alertar para o aumento de esquemas fraudulentos em que as pessoas são aliciadas com promessas de emprego, investimentos lucrativos ou concessão de crédito com condições vantajosas.
Estas tentativas são feitas através de mensagens, anúncios em plataformas sociais ou chamadas telefónicas. Uma das táticas identificadas pela entidade supervisora envolve o recrutamento via SMS, em são propostos empregos aparentemente lucrativos.
“Olá, sou do departamento de recursos humanos da rede social/empresa ABC. Precisamos urgentemente de 30 funcionários online em meio período. Entrega diária de 50-500 euros. / Oferecemos um emprego a tempo parcial por 300 a 800 euros por dia. Entre em contacto através do número wa.me/351xxxxxxxxx [link do grupo]”, é um exemplo do teor das mensagens veiculadas.
O BdP explica que, após clicar no link, “a pessoa é associada a um grupo de trabalho” - seja no WhatsApp, Telegram ou outro -, “podendo ainda ser-lhe solicitada uma taxa de inscrição com a promessa de que a mesma lhe será devolvida, acrescida de uma comissão, após a realização da primeira tarefa".
Essa remuneração “está associada a tarefas de visualização de vídeos em plataformas sociais (Youtube, TikTok, Spotify, etc.) e colocação de likes ou comentários nos mesmos”, acrescenta a entidade. Concluídas as tarefas, que corresponderão a um valor monetário fictício, poderá seguir-se uma proposta de investimento imperdível, como, por exemplo, em criptomoedas.
A par das ofertas de emprego enganosas, é também frequente a receção de mensagens nas redes sociais com a promessa de crédito imediato e de forma descomplicada. “Neste caso, as pessoas são convidadas a proceder ao pagamento de uma comissão inicial e, após efetuarem esse pagamento, o suposto mutuante desaparece, deixando de responder às mensagens”, lê-se.
O Banco de Portugal adverte para este tipo de situações que podem implicar esquemas em pirâmide, em que os infratores pretendem usar a conta de pagamento das pessoas como “conta-mula”, ou seja, como conta de passagem de valores conseguidos de modo fraudulento: “Creditam a sua conta, manipulando-o para que, posteriormente, transfira esses valores para outra conta”, é esclarecido.
As entidades autorizadas a conceder crédito têm de estar registadas no BdP e a lista pode ser consultada no site oficial da entidade reguladora. Aconselha-se a que não seja executada nenhuma ação perante qualquer uma das situações descritas.
“Caso aceda aos links, não divulgue informação pessoal, credenciais de acesso ao homebanking ou às apps, ou eventuais códigos que o banco lhe envie para o telemóvel. Em caso de dúvida ou suspeita, contacte o seu banco de imediato, através dos canais habituais.”