BE critica o processo de retirada dos resíduos do Cachão

Catarina Martins lamentou ainda que no interior existam "problemas que se arrastam tempo demais porque não se olha com o cuidado suficiente".
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A coordenadora do BE criticou esta quarta-feira a forma lenta como está a decorrer o processo de retirada de resíduos e requalificação ambiental no Complexo do Cachão, Trás-os-Montes, lembrando que os bloquistas já reclamaram a resolução do problema.

Catarina Martins visitou esta manhã os armazéns com restos de papel e plástico destruídos por dois incêndios no antigo Complexo Agroindustrial do Cachão, em Mirandela, e verificou que está a decorrer a retirada dos materiais que têm sido motivo de queixa da população da aldeia que deu nome àquele espaço.

Também o BE, sublinhou Catarina Martins, já tomou várias iniciativas a reclamar a resolução do problema e irá continuar a alertar para a necessidade da retirada dos resíduos e de se avançar com um plano de requalificação ambiental do espaço.

"É preciso limpar isto, é preciso compreender que estão plásticos aqui em combustão lenta, criando problemas de saúde pública muito graves, problemas respiratórios, para a população", declarou.

Catarina Martins observou os trabalhos no local, admitindo que a retirada dos resíduos "aparentemente acelerou agora ligeiramente nestes últimos dias".

A coordenadora do BR disse esperar que assim continue e que, depois, se avance com um projeto para a requalificação ambiental da zona.

"Aqui vive gente que tem direito a condições ambientais e de saúde pública como todas as outras pessoas. Para além disso devo dizer que estamos numa das zonas mais bonitas do país é um absoluto crime que se deixe que possam existir paisagens deste género", salientou.

Catarina Martins lamentou ainda que no interior existam "problemas que se arrastam tempo demais porque não se olha com o cuidado suficiente".

"Temos abandonado demasiado o território, abandonar o território são políticas que não respondem pela população e fazem desertificação, é falta de emprego no interior, é também a lentidão a responder a processos como estes que são essenciais para a saúde pública das populações", sublinhou.

A líder do BE, que no concelho de Mirandela, no distrito de Bragança, apenas concorre à Assembleia Municipal nas autárquicas de 01 de outubro, salientou também que em tempo de eleições "as responsabilidades locais sobre as questões ambientais e sobre as questões da requalificação também devem postas em cima da mesa".

O processo dos resíduos industriais no Cachão arrasta-se há vários anos e ganhou visibilidade com um primeiro incêndio num dos armazéns, em setembro de 2013.

Seguiu-se um outro incêndio, em fevereiro de 2016, noutro armazém, e só há alguns meses é que a empresa responsável pelos resíduos, a Mirapapel de Mirandela, começou a operação de remoção que ainda decorre.

Antes dos incêndios, em março de 2013, a empresa foi multada na sequência de uma fiscalização em que foram encontradas "500 toneladas de resíduos no interior dos armazéns e cerca de 500 toneladas no exterior, através de sobreposição de fardos".

Depois de quatro anos de litígio judicial entre a Mirapapel e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), o Tribunal de Mirandela absolveu a empresa do pagamento de uma coima de 38.500 euros por depósito ilegal e incumprimento da ordem de remoção.

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