
O grupo açoriano Bensaude acaba de expandir o portefólio na ilha de São Miguel com a compra do quatro estrelas Caloura Hotel Resort. O negócio foi concretizado esta terça-feira, 16, e visa ampliar a atual oferta de alojamento turístico na região. O grupo fica agora a deter seis unidades hoteleiras na ilha de São Miguel, duas na ilha Terceira, uma na ilha do Faial e um hotel em Lisboa.
“Faltava-nos uma unidade na ilha de São Miguel totalmente vocacionada para o mercado de lazer, com acesso direto ao mar, já há algum tempo que tínhamos esse objetivo. O Caloura Hotel Resort é um ativo único e, pela sua localização privilegiada, com todos os quartos com vista para o Atlântico e espaços de lazer e fruição, faz o match perfeito com esta nossa ambição”, adianta ao DN o administrador executivo do Bensaude Turismo, Jorge Aguiar.
O responsável, que não deslinda o valor do negócio celebrado hoje, adianta que a nova unidade será alvo de um “investimento significativo a médio prazo” no seguimento de um projeto de desenvolvimento que será desenhado no próximo ano. O Caloura Hotel Resort está localizado na costa sul da ilha de São Miguel, na baía da Baixa da Areia, numa área natural protegida, com acesso direto ao mar e às piscinas naturais. Dispõe de piscina exterior, ginásio, sauna, campo de ténis, restaurante e 80 unidades de alojamento, entre quartos duplos, familiares e suites, todos com vista para o mar.
Investimentos de 11 milhões de euros
O Bensaude tem ainda em curso uma série de investimentos orçados em 11 milhões de euros. No próximo ano está prevista a atualização do Grand Hotel Açores Atlântico que contará com uma área de wellness e SPA. Ainda na primeira metade de 2025 entrará em operação a Casa de Chá da Lagoa das Furnas, projeto já em curso e que resulta da reabilitação de um imóvel que o grupo detém naquele local. Até 2026 será concretizada a remodelação do São Miguel Park Hotel e do Hotel do Canal, no Faial. Por fim, será ainda realizada uma intervenção na área de alojamento do Hotel Açores Lisboa.
“Acreditamos que há alguma margem de crescimento nas ilhas em que estamos presentes, através do melhor aproveitamento das épocas média e baixa. Há também algum espaço para crescer em termos de oferta hoteleira que qualifique o destino e o valorize, por exemplo, recuperando o seu património edificado. Em suma, há espaço para novos produtos diferenciados e que aportem mais valor do que volume. Se invertemos esta equação colocaremos em causa o futuro da região”, atesta Jorge Aguiar.
O administrador admite ainda estar atento a novas oportunidades de investimento a nível nacional fora da região e assume o interesse por outras localizações além de Lisboa.
O grupo irá encerrar o ano com uma receita recorde de 50 milhões de euros, o que representa um aumento de 11% face a 2023. Apesar dos desafios dos últimos meses, pautados pela sazonalidade, pela falta de mão de obra qualificada e também pelo aumento dos custos de mercadorias, construção civil, equipamentos e eletricidade, o empresário está “moderadamente otimista para 2025” antevendo uma ligeira retração do mercado nacional que espera ver compensada pelos mercados internacionais, principalmente pelos turistas dos Estados Unidos.