Bill Gates, filantropo e fundador da Microsoft, nunca escondeu as suas preocupações face a ameaças globais como as alterações climáticas ou a possibilidade de futuras pandemias. No entanto, na segunda-feira numa entrevista no Lowy Institute, na Austrália, mostrou-se otimista relativamente ao futuro da humanidade.
"Estou muito otimista de que será melhor nascer daqui a 20, 40 ou 60 anos do que em qualquer outra altura do passado", disse Gates. Avanços no campo da saúde pública e redução para metade da taxa de mortalidade em crianças com menos de cinco anos foram alguns dos exemplos dados pelo filantropo para ilustrar os avanços positivos alcançados ao longo da história da humanidade.
Apesar do otimismo, Bill Gates não deixou de reconhecer que o mundo "está cheio de tendências desoladoras", como a resposta global inadequada à pandemia, a falha dos governos em cumprir metas definidas de ação contra as alterações climáticas e a crescente polarização política nos Estados Unidos.
O filantropo afirma que "os pessimistas não veem o panorama completo" e que é fácil ter uma visão "mais negativa de algumas destas tendências do que é realmente justo".
Contudo, Gates sublinhou a quantidade de QI que está "a ser educado no mundo" e a qualidade das ferramentas à disposição para avançar com mais inovação, seja no campo da saúde, da energia ou da educação.
"Há 300 anos não importava se era o rei ou um pobre, todos estavam expostos a uma enormíssima taxa de mortalidade infantil e a níveis extremos de baixa literacia", relembra Bill Gates.
A quantidade de inovação ao serviço da melhoria das condições da vida humana ainda será "dramática" na opinião do filantropo. "Vamos curar a obesidade, o cancro e erradicar a Poliomielite" diz de forma otimista.
Na opinião do fundador da Microsoft, a inovação não tem resultados positivos garantidos e as tecnologias e a evolução científica podem resultar "em avanços perigosos como armas nucleares ou bioterrorismo", explica. No entanto, e apesar da modernidade também acarretar os seus riscos, Gates sente-se "incrivelmente otimista".
Se olharmos para trás e analisarmos a história, "torna-se claro que as coisas só vão continuar a melhorar", termina.