Bimbo já tem preço para a Panrico: entre 100 e 140 milhões de euros

A filial espanhola do grupo mexicano Bimbo já tem um preço para a compra da Panrico: entre 100 e 140 milhões de euros. A marca responsável por produtos como o Bollycao e os Donuts está a ser vendida pelo fundo de <em>private equity </em>norte-americano Oaktree.
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A Bimbo, para chegar a este intervalo de preço, valoriza entre 5 a 7 vezes a previsão de EBITDA de 20 milhões de euros no final de 2015. O lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações deverá subir 53,8% face a 2014 (13 milhões de euros. Esta valorização tem sido utilizada nas mais recentes aquisições no mercado americano, adianta o diário espanhol Cinco Dias, citando fontes próximas da operação.

O grupo mexicano anunciou na segunda-feira um pré-acordo para a aquisição de todas as atividades da Panrico na Península Ibérica, exceto o negócio de pão de forma. A conclusão da operação está sujeita a três condições: a conclusão de uma análise financeira e operacional às contas da Panrico, a resolução dos conflitos laborais - em que ambas as empresas estão envolvidas - e a autorização da autoridade da concorrência de Espanha.

A Panrico, apesar de da redução de 9,7% nas receitas entre 2013 e 2014, conseguiu fechar o ano passado com um EBITDA de 13,03 milhões de euros. O lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações foi, no entanto, insuficiente para que a empresa regressasse aos ganhos no final do ano passado: teve prejuízos de 5,5 milhões de euros, segundo o diário espanhol Expansión.

Esta empresa, além disso, "carrega às costas" resultados acumulados negativos de 941 milhões de euros, segundo o Cinco Dias. Isto reforça a necessidade de uma análise financeira e operacional aos dados da Panrico.

A resolução dos conflitos laborais é a segunda condição para um acordo definitivo. O grupo Bimbo diz mesmo que retira a oferta sobre a Panrico se o Supremo Tribunal espanhol anular o processo de despedimento coletivo de 468 trabalhadores realizado em 2013. O grupo mexicano também passou recentemente por um processo de reestruturação, lembra a imprensa espanhola.

A concorrência é o último obstáculo à conclusão da fusão entre as duas empresas. Ao renunciar à compra do negócio de pão de forma da Panrico, o grupo Bimbo procura evitar remédios adicionais por parte do regulador espanhol. Se também comprasse este segmento, a dona do pão de forma Bimbo ficaria com cerca de 50% do mercado de panificação no país vizinho. E a Autoridade da Concorrência iria, certamente, obrigar a empresa a vender ativos.

O grupo mexicano pretende que o negócio de pão de forma seja vendido a uma terceira empresa. Este segmento representa apenas 8,5% da quota de mercado do setor da panificação, graças ao forte crescimento das marcas brancas nos últimos anos. A gestora de fundos Oaktree, a ainda detentora da Panrico, deverá alienar esta operação em breve.

A operação envolve também a compra de fábricas em Portugal. O grupo Bimbo passará a deter três instalações em Portugal, com a compra de dois espaços da Panrico no nosso país.

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