Boas Festas de Natal

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Também no Dinheiro Vivo pode ter lugar uma evocação do Dia de Natal que hoje comemoramos, relegando para quarentena o habitual texto de pendor económico e financeiro.

Na linha do politicamente correto mais extremista, propôs-se a Comissária Europeia para a Igualdade eliminar dos textos oficiais a palavra Natal, forma de "ilustrar a diversidade da cultura europeia e mostrar a natureza inclusiva da Comissão Europeia". Uma justificação de todo ilógica e incoerente, ao excluir precisamente uma componente essencial dessa diversidade. Recuou, mas insiste em reapresentar a ideia.

Comemora-se o Natal, porque houve o natal que todos conhecemos, natal de uma grandiosa figura que iluminou homens, culturas e civilizações. Figura por quem se ergueram as mais majestosas obras-primas do génio humano, da arquitetura, à pintura, à literatura ou à música. Um natal cantado por grandes poetas e escritores em hinos de verso e prosa, gravado na pedra, na tela e em vitrais por insignes artistas ou modestos artesãos, celebrado nos grandiosos presépios italianos e de Machado de Castro, eternizado na grande música dos corais da natividade, ou na sentida e sublime harmonia da Stille Nacht.

Deportado o Natal da escrita oficial, reescreve-se a história, banindo porventura as grandes representações inspiradas por esse nome agora proscrito, e condenando ao esquecimento, senão a fogueira póstuma, os seus autores, de Corregio a Tintoreto, de Da Vinci a Rembrandt, de Dickens a Eça e a Pessoa, de Bach a Beethoven ou a Gruber, e a tantos outros.

Por isso, e quando na rádio já mal se ouve uma música de Natal...

... Quando do Natal já se apagaram todas e quaisquer imagens do presépio, símbolo das saudações e votos que se trocavam, e o dia se vai transformando num feriado igual a outros tantos...

... Quando os preconceitos das minorias se sobrepõem ao sentimento das maiorias e o Natal começa a ser banido do espaço público....

... E o seu simbolismo tende a desaparecer...

... Eu quero festejar o Natal, enviando a toda a equipa do Dinheiro Vivo e a todos os leitores, sem qualquer discriminação, os meus votos de um Feliz Natal.

Porque Natal não é uma questão de religião, mas sim uma questão de não ignorar a história. E se religião é com cada um, a história é património de todos.

As melhores Boas Festas de Natal!

Economista

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