BPI: "O blockchain trouxe a noção de propriedade digital"

Para o Francisco Barbeira, do BPI, apenas os bancos que não têm algum projeto relacionado com esta tecnologia devem ter medo dela.
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No BPI temos uma visão para esta evolução tecnológica: temos de ser digital by default, IA first e Web 3 ready, afirmou Francisco Barbeira, do BPI, acrescentando que "não podemos ser Web 3 ready se não formos digital by default".

O executivo do BPI afirmou ainda que a pandemia teve o condão de aumentar a literacia digital de todos. Algo que era um obstáculo à utilização da tecnologia, inclusive internamente (clientes e colaboradores). "A tecnologia, e a Web 3 ready em particular, trouxe, de facto, para cima da mesa toda esta nova realidade. "A possibilidade de outra vida, da nossa interação e novas experiências", afirmou, acrescentando que tudo isso de repente passou a ter valor para as pessoas.

"O blockchain trouxe a noção de propriedade digital. Passou a ser possível dizer que há um ativo digital e que tem um valor", constatou Francisco Barbeira. Quando antes não havia possibilidade de registo de propriedade.

Face a isto Francisco Barbeira não considera que os bancos estejam em concorrência com as fintech. "Somos todos agentes desta grande mudança e temos papeis diferentes", afirmou, dando como exemplo o custo de capital, que é diferente.

"As fintech foram fundamentais: precisamos de quem vá na frente e arrisque, que vá desbravando uma parte desse terreno", apontou, referindo que há espaço para todos.

"Temos de saber gerir em conjunto e colaborativamente um ecossistema que precisa de todos", apontou o executivo da BPI, concluindo que os bancos se não estão a fazer nada devem ter medo do blockchain.

Sobre o futuro Francisco Barbeira questionou se tecnologias como a realidade imersiva não poderá ser usada como um outro canal de interação com os clientes. "Hoje há uma enorme economia dentro destes web worlds".

Sobre o impacto da tecnologia no futuro da banca o executivo do BPI lembra que "a digitalização pode-nos levar muito longe, mas não esconde a realidade de que sempre que se faz uma mudança na banca aumentam os pontos e números de contactos". E acrescentou ainda que "a tecnologia expande as nossas capacidades". É certo que "não consigo abarcar todo o conhecimento, mas tenho o sistema que me permite explorar". E isso é que é importante. O saber como fazer. Não é por acaso que "97% das operações transacionais que os clientes fazem com o BPi são não presenciais", concluiu Francisco Barbeira

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