Startup SafetyScope usa IA e visão por computador para tornar videovigilância mais eficiente

Startup SafetyScope usa IA e visão por computador para tornar videovigilância mais eficiente

Numa era em que há câmaras de videovigilância por todo o lado, a startup portuguesa SafetyScope criou uma forma de as tornar mais eficientes e auxiliar os vigilantes humanos.
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A plataforma Omni, lançada há dois meses,  usa Inteligência Artificial e visão por computador para que as câmaras existentes sejam usadas de forma mais inteligente. O seu sistema proprietário deteta anomalias nas imagens e dá instruções sobre o que fazer a seguir. 

“A diferenciação aqui está em utilizarmos não só esses algoritmos para a  visão das operações de videovigilância, em que queremos detetar alguma coisa instantaneamente, mas também podemos utilizar algoritmos para darmos um novo nível de compreensão sobre as operações”, disse ao Dinheiro Vivo Luís Lamy, CEO da SafetyScope. 

“É guiar as equipas para resolver o alerta de certa forma, com base no conhecimento que temos dentro da área de vigilância”, explicou. 

Os modelos analíticos criados pela startup podem ser aplicados a qualquer tipo de sistema de videovigilância, aproveitando as câmaras e circuitos fechados (CCTV) que já existem nas organizações. 

Uma das vantagens, segundo o CEO, é o auxílio proporcionado aos vigilantes humanos. “Temos modelos muito interessantes em que, em ambientes de produção, as pessoas já não precisam de estar a olhar ativamente para os ecrãs”, frisou. 

Outra funcionalidade é a geração automática de relatórios de turno, que Luís Lamy calcula poupar aos vigilantes entre duas a quatro horas por semana. Oferece ainda uma abordagem próativa à manutenção das câmaras, assinalando quais estão a enviar imagens e quais precisam de ser reparadas. Isso permite, disse Lamy, resolver vulnerabilidades na segurança de espaços e comunidades. “Estamos aqui a reduzir, a nível de inspeções periódicas, cerca de 60% das manutenções.”

Fundada em 2024, a SafetyScope tem uma equipa de três pessoas e participou no Vodafone Innovation Hub no início deste ano, tendo recebido mentoria e consultoria para preparar a fase de comercialização em que está agora. Tem em curso um projeto piloto com a Capgemini, acompanhado pela Vodafone, em que está a aplicar a sua tecnologia a contextos reais de segurança.

“Tudo o que nós fazemos é à volta de anomalias”, indicou Luís Lamy. Por exemplo, numa empresa com instalações industriais, o software pode ser usado para detetar se alguém não está a usar um capacete de segurança. Num complexo residencial, pode ser programado para alertar se houver movimentos numa certa área às quatro da manhã. 

“Sempre fomos sobre entregar segurança de qualidade”, resumiu o CEO. “Mesmo quando as pessoas não conseguem manter o foco, nós temos capacidade de que algo esteja sempre a conseguir processar a imagem e chegar lá.”

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