O crescimento económico de 2,7 % do Brasil em 2011, anunciado na terça-feira, "não é espetacular", mas prova que o país cresceu com sustentabilidade, disse hoje um analista da Fundação Getúlio Vargas.
"O Brasil não é um tigre de crescimento, mas cresceu com sustentabilidade. É um resultado bom incluindo a crise", disse Marcelo Neri na apresentação do estudo "De Volta ao País do Futuro: Projeções, Crise Europeia e a Nova Classe Média Brasileira", no Rio de Janeiro.
Segundo Neri que coordena o Centro de Políticas Sociais da FGV, a desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro, em relação aos 3,2 por cento esperados pelo governo, não é efeito da crise, mas um efeito político eleitoral.
"Desacelerou em relação à base inflacionada de 2010. Em ano eleitoral a economia brasileira acelera sempre", disse o analista.
Para Marcelo Neri, para a economia brasileira a crise financeira internacional "foi uma ressaca tão forte quanto passageira. A pobreza em janeiro de 2009 subiu seis pontos percentuais. Mas já no mês seguinte, o Brasil começou a recuperar".
"Os brasileiros aprenderam a gerir épocas de crise. O Brasil tem seguido o caminho do meio: nem tanto (dando primazia ao) mercado, nem tanto política social. Em época de crise, é um modelo excelente que favorece o mercado interno", salientou.