Sabendo-se que os recursos humanos são o fator mais decisivo para o sucesso de uma organização e que a sua importância tem aumentado à medida que a complexidade que as organizações enfrentam cresce, seria de crer que merecessem da liderança redobrada atenção.
Uma das principais funções do líder seria assim conseguir os melhores recursos humanos para a equipa. Havendo até autores que defendem que o líder deve reservar parte do seu tempo para, constantemente, procurar o melhor talento disponível e não, com acontece tantas vezes, só tratar disso quando surge a necessidade de contratar.
Vejam-se os exemplos das equipas de futebol que mantêm atenção permanente a competições em vários países na busca de talentos, cada vez mais novos, para contratar precocemente, e das empresas mais evoluídas, maioritariamente tecnológicas, que sistematicamente assediam os alunos das melhores universidades. São organizações que vivem em ambientes muito competitivos, para quem a obtenção de talento é uma questão de sobrevivência...
Lembro-me de um professor contar que um milionário tinha escrito na sua lápide: "Aqui jaz quem conseguiu ter pessoas mais inteligentes do que ele a trabalhar para si." Queria exemplificar o que devia ser um ideal de liderança: conseguir para a equipa pessoas mais dotadas do que o líder. Atingindo um quase paradoxo em que o líder excelente é o que consegue recrutar pessoas ainda mais excelentes.
Veja-se também o exemplo de líderes que convidam rivais para importantes cargos nas suas equipas, como fez o presidente Obama com Hilary Clinton e Joe Biden, demonstrando admirável segurança e grandeza de caráter.
O contrário verifica-se quando a contratação tem por base critérios de favor (cunhas), de medo de que a competência do contratado ameace a posição do líder, de nível etário, raça ou género, de cartão partidário, ou apenas custo.
Sei que tudo isto parece óbvio, mas analise, sob estes prismas, as organizações que conhece...
Gestor