Tem nome de talho, mas na Butcher’s Digital Film Producer Company a única “carne” que se corta são filmes criados para o digital. Tiago Alvorão explica o novo projeto da Jack the Maker, a empresa que ajudou a BBDO a fazer encolher carros nas ruas de Lisboa para a campanha Smart Effect. “Tal como num talho, o essencial não está na máquina nem na faca, mas sim no artista que sabe como cortar, onde cortar e quanto cortar. O verdadeiro artista do corte sabe distinguir a gordura má daquela que tem mesmo de ficar. E é por isso que nos chamamos Butcher’s Digital Film Producer Company”, diz o sócio e diretor criativo da Jack the Maker.
“Decidimos criar uma empresa porque não acreditamos em departamentos. Deste modo, a Butcher’s tem a sua própria agenda, clientes, objetivos, em vez de estar dependente da Jack, havendo naturalmente colaboração entre as duas sempre que se justifique”, diz Tiago Alvorão. Foi o caso do traba-lho desenvolvido durante a Web Summit para a Mercedes, com a BBDO, em que a Jack the Maker criou uma rede que permitiu “entrevistar, em tempo real, programadores para o hub da Mercedes [no Beato] em condições extremas e com velocidades superiores a 160 quilómetros/hora. Speed Date foi registado pela Butcher’s.
Tiago Alvorão acredita que a produtora, que tem como foco produzir para o digital - desde realidade virtual, web series a brand content -, tem uma mais-valia face a produtoras de TV que também produzem para esta plataforma. “Podemos dizer que na prática a produção de filmes é sempre igual, seja para TV, seja para o digital, mas sabemos que não o é. Neste caso, quanto maior a especialização, melhor para o projeto. A Butcher’s identificou talentos que vêm do digital, damos-lhes competências de marketing de maneira a conseguirmos um equilíbrio entre o talento e a indústria”, diz. Atualmente, há “três elementos residentes”, uma “equipa jovem habituada a produzir conteúdo para a net, todos os dias e em diferentes funções”.
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Há vontade da Butcher’s em criar conteúdo próprio. “Estamos envolvidos em vários projetos que podem nascer no digital e até transitarem para a TV”, diz Tiago Alvorão. “A ideia é trabalhar em projetos publicitários e em projetos próprios, o que não invalida que não possam ou não venham a ter presença de marcas desde logo na construção da história”, revela. “Temos feito projetos da autoria de João Reis (realizador/produtor) e de Miguel Pessanha (realizador/motion graphics). Este último, já trazia um projeto, Lendas do Asfalto, que identificámos como de alto potencial e que estamos a produzir”, adianta.