Câmara de Portalegre aprova orçamento de 18,4 milhões por maioria

A Câmara de Portalegre aprovou o orçamento para este ano, na ordem dos 18,4 milhões de euros.
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A Câmara de Portalegre aprovou hoje, por maioria, o orçamento para este ano, na ordem dos 18,4 milhões de euros, valor idêntico ao de 2017, numa reunião extraordinária do executivo municipal liderado por independentes.

O orçamento foi aprovado com os votos favoráveis dos três eleitos da Candidatura Livre e Independente por Portalegre (CLIP), que governa a câmara, um voto favorável do vereador em regime de permanência da CDU, uma abstenção por parte do também vereador em permanência do PSD e dois votos contra dos eleitos do PS.

Em declarações à agência Lusa, a presidente do município, Adelaide Teixeira, explicou que o orçamento tem como "pontos fortes" a requalificação urbana de Portalegre e o apoio às áreas do ambiente, educação, desenvolvimento económico, cultura e desporto.

"Vamos apostar muito na requalificação, que vai ser um pilar forte, pois temos de voltar a centralizar o centro histórico da cidade", defendeu.

De acordo com a autarca, que está a cumprir o segundo mandato eleita pelo movimento CLIP, o eixo comercial da cidade (Rua do Comércio) e largos adjacentes vão ser reabilitados, bem como várias zonas do Bairro dos Assentos, nas imediações do centro de Portalegre.

"Além desses espaços, temos também para requalificar o edifício da antiga câmara, a Quinta da Saúde, as igrejas da Misericórdia e Santo Agostinho e o museu de tapeçarias", enumerou.

José Correia da Luz, um dos dois vereadores da oposição PS, justificou o voto contra por os socialistas estarem "a ver mais do mesmo" em relação aos anos anteriores.

"Tínhamos outras expectativas, de uma outra dinâmica. A presidente confunde-se numa questão fundamental ao querer comparar Portalegre aos outros municípios da região, mas Portalegre não é igual, é a cidade capital de distrito", disse à Lusa.

Já o vereador da CDU, Luís Pargana, justificou a votação favorável sustentando que a coligação liderada pelos comunistas "tem um compromisso" para com a população e que se tratou de um voto de "empenho na construção da melhor solução" para Portalegre.

"Este orçamento reflete já uns passos positivos, nomeadamente a redução da precariedade, com a eliminação de algumas situações de recibo verde, e da contratação em áreas depauperadas nos últimos anos, mas também na aquisição de alguns meios técnicos", afirmou, embora admitindo que "há ainda um longo caminho a percorrer".

O vereador do PSD, Armando Varela, explicou à Lusa que se absteve na votação do orçamento porque está em curso um processo de restruturação da dívida do município [cerca de 26 milhões de euros].

"Há um processo de reestruturação da dívida que foi remetido para o Tribunal de Contas que ainda não colocou o visto e, em bom rigor, não podia ser considerada no orçamento a reestruturação da dívida. O resto das opções [orçamento] são necessárias e são importantes", disse.

Na reunião extraordinária de hoje, o executivo municipal aprovou também, por maioria, o mapa de pessoal, com os votos favoráveis dos vereadores da CLIP, CDU e PSD e dois votos contra dos eleitos do PS.

O executivo autárquico também já tinha aprovado, no final do ano passado, o orçamento dos Serviços Municipalizados de Águas e Transportes (SMAT), num valor superior a 5,2 milhões de euros.

Os documentos vão ser submetidos a votação da Assembleia Municipal de Portalegre, que reúne a 22 de fevereiro, sendo o seu elenco formado por 10 eleitos do PS, outros tantos da CLIP, quatro da CDU e outros quatro do PSD.

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