A aeronave particular partiu do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e tinha como destino o aeroporto do Guarujá, também no litoral de São Paulo, onde o candidato, terceiro nas sondagens, tinha compromissos de campanha. O avião desistiu de poisar na pista devido ao mau tempo e, em seguida, perdeu o contacto com o centro de controlo de tráfego aéreo, por volta das 10:00 locais (14:00 em Lisboa), informou o comando da Aeronáutica, citado pela TV Globo.
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Havia sete pessoas no avião, um Cessna 560XL, e não há sobreviventes, de acordo com fontes do Partido Socialista Brasileiro (PSB). O avião atingiu três casas na queda, e provocou pelo menos dez feridos, segundo a imprensa brasileira.
A candidata à vice-presidência ao lado de Eduardo Campos, Marina Silva, não estava na aeronave. O seu partido, Rede Sustentabilidade, já lamentou o acidente pelo microblog Twitter: "Todos estamos chocados com a morte de Eduardo Campos, em queda de avião hoje de manhã". Marina Silva e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), já se encaminharam para o local do desastre e a presidente brasileira, Dilma Rousseff, cancelou os compromissos do dia.
A TV Globo, citando fontes do Partido Socialista Brasileiro (PSB), informou que, além de Campos, estavam na aeronave os assessores Pedro Valadares e Carlos Percol, e um operador de câmara.
Dilma decreta três dias de luto nacional
A direção da campanha da Presidente Dilma Rousseff, que concorre à
reeleição ao cargo pelo Partido dos Trabalhadores (PT, de
centro-esquerda), decretou hoje luto de três dias devido à morte do
candidato presidencial socialista Eduardo Campos.
"Em função desse trágico
fato, a direção nacional do Partido dos Trabalhadores decidiu cancelar
todas as atividades públicas referentes à campanha eleitoral 2014 nas
esferas nacional, estadual e municipal, em manifestação de luto com
duração de três dias", afirma a nota do PT. O PT lamentou a morte e
manifestou solidariedade com a família, amigos e correligionários de
Campos num momento que descreveu como sendo de "dor diante de tão grande
perda".
Também a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, falaria mais tarde, emocionada, sobre a morte de Eduardo Campos.
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Aéciao Neves, candidato à presidência do Brasil pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) também cancelou todos os compromissos de campanha do dia. O
Congresso Nacional (parlamento) brasileiro interrompeu os trabalhos
após a notícia da morte do candidato, que já foi deputado federal,
governador de Pernambuco e ministro da Ciência e Tecnologia, durante o
governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O candidato que governou Pernambuco
O pernambucano Eduardo Henrique Accioly Campos, 49 anos, que morreu
hoje num acidente de avião em Santos, estado de São Paulo, era o
candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) à Presidência do Brasil
nas eleições de 05 de outubro. O presidente do PSB - neto de um
antigo político pernambucano muito influente, Miguel Arraes - foi
ministro da Ciência e Tecnologia em 2004 durante o governo do
ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Eduardo Campos escolheu
Marina Silva, que também foi ministra (do Ambiente) de Lula da Silva,
para candidata à vice-presidência. Ex-governador do estado de
Pernambuco, Eduardo Campos apareceu como uma opção dos eleitores de
centro-esquerda insatisfeitos com o atual Governo de Dilma Rousseff, do
Partido dos Trabalhadores (PT), o mesmo do ex-presidente Lula da Silva.
Campos
destacou-se na sua região (Nordeste) nos últimos anos graças ao bom
desempenho da economia do estado que governou, que tem crescido mais do
que a média brasileira. O líder do PSB surgia em terceiro lugar na
corrida presidencial, atrás da Presidente Dilma Rousseff e de Aécio
Neves, candidato do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Eduardo
Campos era licenciado em Economia pela Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) e começou a sua vida política ainda na universidade,
quando foi eleito presidente do diretório académico da Faculdade de
Economia da UFPE. Foi chefe de gabinete do seu avô, Miguel Arraes,
quando este foi eleito governador do Pernambuco, em 1987, e filiou-se
no PSB em 1990. Seguiu a carreira política, sendo eleito deputado
estadual e federal pelo Partido Socialista Brasileiro, do qual assumiu a
presidência nacional em 2005.
Eduardo Campos foi governador de Pernambuco durante sete anos, entre 2007 e 2014. Em
abril de 2014, anunciou em Brasília a pré-candidatura à presidência do
Brasil, tendo como vice a ecologista e líder da Rede Sustentabilidade,
Marina Silva.
Eduardo Campos era casado com Renata Campos e tinha cinco filhos.
Com Lusa