O consumo de combustíveis em Portugal cresceu 14,8% em agosto, face ao período homólogo, o que corresponde a mais 97,6 quilotoneladas, fruto do "aumento muito significativo" nos gastos de jet, o combustível da aviação, que aumentou 58,8% face a agosto de 2021. Os gastos de gasolina e gasóleo também cresceram, 9,3% e 7,3% respetivamente, e só o gás de petróleo liquefeito (GPL) caiu 5,5%. Os preços médios caíram face ao mês anterior, sendo que Castelo Branco, Braga e Santarém são os distritos com os preços mais baixos
Os dados são do Boletim do Mercado de Combustíveis e GPL da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e mostram que, em agosto, o consumo total de combustíveis derivados de petróleo atingiu 755 quilotoneladas (kton), sendo já "idêntico ao período homólogo pré-pandémico de 2019" (-0,6 kton). O consumo de gasolina e de jet cresceu 1% face a agosto de 2019 e o de gasóleo subiu 0,4%. O GPL diminuiu 14,6%.
Em termos de preços, indica a ERSE que os preços médio de venda ao público do gasóleo e da gasolina "acompanharam o comportamento dos mercados internacionais" e registaram diminuições de 7,5% e de 8,7%, respetivamente, face a julho. Assim, o preço médio da gasolina, em agosto, foi de 1,876 euros por litro, sendo que a maior fatia paga pelos consumidores foi a componente dos impostos, que representou 43,1% do total da fatura. A cotação e frete, que nos meses de julho, junho e maio havia sido a parcela que mais pesava no preço final, passou em agosto para segundo plano, correspondendo a 40,6% da fatura total.
Quanto ao gasóleo, o preço médio de venda ao público em agosto foi de 1,855 euros, sendo que, neste combustíveis, a componente de cotação e frete teve o maior peso na fatura final, com 46,9%, seguida dos impostos, com 36,6%.
Lembra a ERSE que "para fazer face à subida do preço dos combustíveis", o Governo implementou um mecanismo de revisão semanal do ISP. O imposto aplicado à gasolina e ao gasóleo não registou qualquer atualização face a julho, mas, ainda assim, destaca o regulador, foi 21,1 cêntimos por litro mais baixo, no caso da gasolina, e 128 cêntimos por litro inferior no caso do gasóleo, do que em novembro de 2021.
Os hipermercados continuam a apresentar as ofertas mais competitivas. No caso da gasolina, os postos dos hipermercados tiveram um preço médio por litro de 1,792 euros, 0,6% abaixo dos operadores low cost e 5,4% inferiores aos dos postos de abastecimento que operam sob insígnia de uma companhia petrolífera, representando uma diferença de 10,2 cêntimos por litro.
No gasóleo, o preço médio dos hipermercados foi de 1,767 euros por litro, 8,8 cêntimos abaixo da média nacional. Os postos low cost tiveram um preço médio de 1,780 euros, mais 0,7% do que o praticado pelos hipermercados e as companhias petrolíferas de bandeira reportaram preços médios de 1,878 euros por litro, 11 cêntimos mais caros do que os postos dos hipermercados.
A nível regional, Faro, Bragança e Beja foram os distritos com os preços mais elevados, com diferenças que chegam a ser de 1% a mais do que a média nacional, sendo que Castelo Branco, Braga e Santarém apresentam os combustíveis mais baratos, em Portugal continental, com diferenças que vão de 1,1% a 0,3% a menos.