A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) disse hoje que "continuar a exigir que Portugal cumpra as metas irrealistas estabelecidas para 2013 e 2014 é um ato de mera teimosia" e de "elevada irresponsabilidade política". . A CCP considera que o parecer do Conselho Económico e Social (CES) deve ser estruturado em torno da necessidade de uma renegociação do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro, com "um duplo objetivo": "flexibilizar as metas do défice e reequilibrar as medidas de austeridade com novas medidas de crescimento económico". . "O processo negocial com a 'troika' deve ainda envolver a possível redução dos juros do empréstimo. Estes têm contribuído para manter em níveis muito elevados o serviço da dívida, sendo que, segundo previsões da própria Comissão Europeia, os montantes a pagar poderão atingir os 4.7% do PIB em 2013 e os 5.0% em 2014", refere o presidente da CCP, João Vieira Lopes, em comunicado. . "Trata-se de valores que anulam por completo o efeito positivo de um saldo primário do Orçamento praticamente equilibrado", sublinha. . Para a CCP, o CES deve ainda defender no seu parecer que é "imperioso" que o Governo confronte a 'troika' e, em especial, a Comissão Europeia, com as suas responsabilidades no Programa desenhado para Portugal, "recusando liminarmente, a ideia de que eventuais incumprimentos são resultantes de um qualquer falhanço do país na aplicação das medidas". . No documento, Comentários ao Orçamento de Estado para 2013 (Proposta do Governo apresentada na AR), a CCP diz ainda não subestimar "o esforço de consolidação com que o exercício de elaboração do OE para 2013 se confronta e as exigências que, quer do lado da despesa, quer do lado da receita que estão colocadas". . "O nosso principal ponto de discordância é com a política orçamental seguida e com a arbitrariedade das metas fixadas e dos prémios de risco com que estamos confrontados", acrescenta.